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Mutação genética frequente do câncer de mama pode indicar novos tratamentos para doenças cardíacas

16 de outubro de 2009 (Bibliomed). Uma mutação genética implicada nos cânceres de mama e do ovário pode ter também um papel na causa das doenças cardíacas, de acordo com novo estudo apresentado, esta semana, no 95º Congresso do American College of Surgeons, realizado em Chicago, nos Estados Unidos. Em testes com ratos, os cientistas notaram que a mutação do gene BRCA1, muito ligado aos cânceres de mama, também altera o ciclo normal de substituição das células musculares cardíacas e pode estar associado ao desenvolvimento da aterosclerose.

A equipe do St. Michael’s Hospital de Toronto, da Universidade de Toronto, e do Imperial College London concluiu que a descoberta pode não apenas propiciar o advento de novos tratamentos para as doenças cardíacas, mas também apresentar implicações imediatas para pacientes com câncer submetidos a tratamento. Segundo os cientistas, os resultados sugerem que as pessoas que apresentam a mutação BRCA1 podem ter uma taxa de mortalidade adicional não explicada por morte relacionada ao câncer.

As doenças do coração matam cerca de 900 mil americanos todos os anos, ao mesmo tempo em que surgem 200 mil novos casos de câncer de mama invasivo a cada ano – que matam cerca de 40 mil mulheres todos os anos. Estudos anteriores mostram que as mutações dos genes BRCA1 e BRCA2 são encontradas em 40% das famílias, e que a mutação no gene BRCA1 indica um risco de até 85% de desenvolver câncer de mama. Neste estudo, os pesquisadores centraram suas atenções unicamente no gene BRCA1.

Alguns dos medicamentos usados na quimioterapia do câncer de mama podem também prejudicar o coração e os tecidos adjacentes. Segundo os pesquisadores, "de certa forma, esse achado pode ajudar a definir que tipo de quimioterapia um determinado indivíduo deve receber." O estudo também poderia apontar para novos fatores capazes de alterar o tratamento das doenças cardíacas. Para milhões de pessoas com insuficiência cardíaca, o reparo do DNA pode ser muito importante, especialmente para pessoas mais jovens portadoras de insuficiência cardíaca.

Os autores começaram a investigar a incidência de mutações no gene BRCA1 e doenças cardíacas em bases de dados da população humana. No entanto, os estudos clínicos de terapia genética BRCA1 em pessoas com doenças cardíacas não devem se iniciar antes de dois anos.

Fonte: 95º Congresso do American College of Surgeons, Chicago, Estados Unidos. Outubro de 2009.

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