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Maioria não Abortaria Feto Com Gene do Câncer

Por Elizabeth Tracey

NOVA YORK (Reuters Health) - A maioria dos homens e mulheres não abortaria um feto portador do gene para câncer de mama. A resposta foi a mesma entre pessoas portadoras desses genes.

Os genes para o câncer de mama BRCA1 e BRCA2 foram identificados em 1994 e 1995 e têm sido associados a um aumento entre 56 e 78 por cento no risco de uma mulher ter câncer de mama. A possibilidade de aparecimento de câncer de ovário em consequência desses genes também aumenta entre 10 e 60 por cento. Os homens portadores dos genes têm 50 por cento de chance de passá-los para os filhos.

De qualquer forma, muitas mulheres com a mutação genética nunca desenvolvem câncer e as com grande risco podem fazer testes frequentes ou passar por uma cirurgia profilática para evitá-lo.

Em um novo estudo, a equipe de L. N. Lodder da Universidade Erasmus, em Roterdã (Holanda), perguntou a portadores dos genes se desejariam fazer testes genéticos no feto e se abortariam se o resultado fosse positivo para esses genes. As pessoas que não tinham o gene também foram questionadas sobre suas atitudes. "Nenhum dos 26 portadores da mutação interromperia a gestação no caso de uma mutação feminina ou masculina", disse Lodder.

"Uma minoria de não-portadores considerou a interrupção da gravidez aceitável no caso de um feto de sexo feminino (14 por cento) ou masculino (10 por cento)", explicou o especialista. No total, 44 mulheres e oito homens que não eram portadores de BRCA foram questionados sobre suas opiniões.

Testes pré-natais para os genes que poderiam ou não causar doenças depois de uma vida relativamente longa e saudável são problemáticos para pais em potencial.

"O diagnóstico pré-natal e a interrupção da gravidez por causa de doenças futuras, com décadas de vida saudável antes do aparecimento do distúrbio, são consideradas escolhas muito difíceis para os pais", informou a equipe de Lodder no Journal of Medical Genetics.

A experiência na clínica de Roterdã tem mostrado que tanto nos casos de câncer de mama quanto do mal de Huntington, distúrbio muscular fatal que afeta as pessoas a partir dos 40 anos de idade, a maioria das famílias não pede exames genéticos pré-natais nem opta pela interrupção da gravidez.

"O aconselhamento genético de casais que podem ter de enfrentar essas opções altamente complexas deveria dar mais apoio aos pais no processo de decisão", concluíram os autores. "Não existem regras gerais de sabedoria ou ética que possam ser prioritárias diante das soluções individuais e da necessidade de apoio a cada casal", avaliou a equipe.

Sinopse preparada por Reuters Health

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