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12 de dezembro de 2025 (Bibliomed). Um estudo publicado na revista científica The Lancet avaliou as tendências mundiais da cobertura vacinal infantil entre 1980 e 2023 e trouxe previsões até 2030. A análise, parte do Global Burden of Disease Study 2023, mostrou avanços importantes, mas também revelou estagnação em muitos países e os efeitos negativos da pandemia de Covid-19.
Desde a criação do Programa Ampliado de Imunização da OMS, em 1974, estima-se que 154 milhões de mortes infantis tenham sido evitadas. Entre 1980 e 2023, a cobertura de vacinas como difteria, tétano, coqueluche, poliomielite, sarampo e tuberculose quase dobrou. No entanto, desde 2010 o ritmo de crescimento diminuiu, e após 2020 houve queda significativa nas taxas, que ainda não retornaram aos níveis pré-pandemia.
Outro dado preocupante é o aumento das chamadas “crianças zero-dose” — menores de 1 ano que não recebem nem mesmo a primeira dose de vacinas essenciais. O número, que vinha caindo desde os anos 1980, subiu para 18,6 milhões em 2021, com a maioria concentrada em regiões afetadas por conflitos e pobreza, especialmente na África Subsaariana. Em 2023, oito países, incluindo Brasil, Índia e Nigéria, concentravam mais da metade desses casos.
As projeções indicam que, até 2030, apenas a vacina DTP3 deve alcançar a meta global de 90% de cobertura, e isso em um cenário otimista. Os especialistas reforçam que será necessário investir em equidade no acesso, fortalecimento da atenção primária, combate à desinformação e recuperação das perdas da pandemia para atingir os objetivos da Agenda de Imunização 2030.
Fonte: The Lancet. DOI: 10.1016/S0140-6736(25)01037-2.
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