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Ímãs podem ajudar no controle da dor pélvica

SÃO FRANCISCO, (Reuters Health) – Mulheres que sofrem de dor pélvica crônica mesmo após o tratamento convencional podem querer se submeter ao tratamento com ímãs, de acordo com um estudo preliminar apresentado no Congresso do Colégio Americano de Obstetrícia e Ginecologia.

Embora o estudo tenha sido muito pequeno para provar que a terapia alternativa seja realmente efetiva (apenas oito pacientes), 60% das mulheres tratadas com ímãs obtiveram uma redução na dor comparado com 33% daquelas que receberam um tratamento simulado ou foi usado um ímã inativo.

Mesmo não tendo sido capaz de provar a eficácia dos ímãs, o tratamento não prejudicou e pode até ter ajudado às mulheres portadoras de dor pélvica crônica (uma condição frustrante na qual a causa precipitante da dor usualmente não é identificada). Como foi relatado pelo Dr. Candace Brown, coordenadora do estudo, professora de Práticas Farmacêuticas, Obstetrícia e Ginecologia e Psiquiatria da Universidade do Tennesse em Mênfis.

“Não posso afirmar com certeza que o tratamento é eficaz devido ao tamanho da amostra do estudo, mas não houve efeitos colaterais” afirmou ela à Reuters Health. “Se você tem um tratamento que realmente não causa nenhum efeito colateral, e pode ser benéfico, qual a razão para não tentá-lo?”

Dor pélvica crônica é um problema comum que pode ser causado pela endometriose, bridas cirúrgicas ou sem nenhuma causa óbvia. Cerca de 1 em 8 mulheres que procuram clínicas de ginecologia/obstetrícia em busca de cuidados médicos recebem o diagnóstico de dor pélvica crônica, explica Brown. A condição pode também ter um componente psicológico uma vez que é mais freqüente em mulheres que sofreram abusos sexuais ou de outra natureza. Entretanto qualquer que seja a causa, a dor é bastante real.

“É uma condição extremamente frustrante e que realmente causa prejuízos funcionais à mulher” completa Brown. “Algumas vezes nada é encontrado, mas a dor permanece lá, logo a dor é real, mas nem sempre é possível a descoberta da causa da dor”.

No estudo Brown e colaboradores colocaram os ímãs em duas áreas que foram identificadas como pontos gatilho (origem da dor) ou em regiões do abdômen que eram extremamente dolorosas quando comprimidas. Inicialmente todas as mulheres recebiam tratamentos simulados ou ímãs inativos.

Cerca de 10% das mulheres relataram melhora da dor com o tratamento simulado sendo então descartadas do estudo. Quatorze mulheres, com idades de 18 a 50, foram divididas randomicamente em dois grupos: um com tratamento simulado e outro com ímãs reais. Os ímãs (reais ou inativos) eram afixados em pontos gatilho por duas semanas, e oito das pacientes optaram por manter o tratamento por mais duas semanas.

Os investigadores descobriram que quanto mais tempo as mulheres permaneciam com os ímãs, maior era a probabilidade delas obterem alívio da dor. Infelizmente, a probabilidade de elas descobrirem se elas usavam ímãs reais ou inativos também era maior, disse Brown, um achado que pode causar alteração no resultado. Os pesquisadores atualmente estão estudando um grupo maior com 30 mulheres para determinar se os ímãs são realmente efetivos.

Não está claro o motivo pelos quais os ímãs causam alívio da dor, mas eles podem aumentar o fluxo sanguíneo para a pelve ou interagir com os nervos que conduzem o estímulo doloroso, sugeriu Brown. “Estas são apenas duas potenciais teorias, mas ninguém realmente tem certeza”, uma vez determinado se os ímãs são realmente efetivos, eles irão estudar como eles funcionam, acrescentou ela.

Sinopse preparada por Reuters Health

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