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ADELAIDE (Reuters Health) - Um estudo australiano revelou que a cesariana reduz pouco o risco de problemas pélvicos associados ao parto como incontinência ou prolapso, quando o útero se projeta para o interior da vagina.
"Existe um novo fenômeno nos últimos dez anos de mulheres querendo cesariana para prevenir problemas futuros", disse o chefe da pesquisa Alastair MacLennan em entrevista à Reuters Health.
"Mas 80 por cento dos problemas que uma mulher tem no parto normal também acontecem em mulheres submetidas a cesariana", informou o especialista.
O pesquisador observou que "mulheres que tiveram filhos são entre quatro e cinco vezes mais propensas a sofrer incontinência que uma mulher virgem e dez vezes mais propensas que um homem. Não tínhamos percebido que a incidência era tão alta", explicou o cientista.
A equipe da Universidade de Adelaide observou os problemas relacionados aos músculos do assoalho pélvico. Os pesquisadores definiram disfunção pélvica como a presença de incontinência, prolapso ou cirurgia do assoalho pélvico.
Conforme o trabalho publicado na edição de dezembro do British Journal of Obstetrics and Ginecology, os pesquisadores avaliaram mais de 3 mil pessoas entre 15 e 97 anos de idade e verificaram que 46 por cento das mulheres, mas apenas 11 por cento dos homens apresentavam disfunção pélvica atualmente ou já haviam tido no passado.
Cerca de 12 por cento das mulheres que não tiveram filhos apresentaram esses problemas comparadas a 43 por cento de mulheres submetidas a cesariana, 58 por cento de mulheres que tiveram parto normal e 64 por cento das mulheres que tiveram parto normal com a ajuda de fórceps ou outros instrumentos.
A equipe também descobriu que quando o parto normal e parto com ajuda de instrumento foram comparados à cesariana, apenas incontinência de urgência (vazamento de urina durante um forte desejo de urinar) foi associada a uma prevalência significativamente mais alta após o parto normal.
Sinopse preparada por Reuters Health
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