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Mulheres e Médicos não Reconhecem Sinais de Câncer de Ovário

NOVA YORK (Reuters Health). O câncer de ovário continua sendo um dos tipos de câncer mais letais a atingir as mulheres porque, geralmente, só é diagnosticado em estágio avançado. E, ao contrário do que muitos médicos aprendem na faculdade, as mulheres com câncer de ovário geralmente têm sintomas quando a doença ainda é altamente curável.

Em um estudo com 1.725 mulheres canadenses e norte-americanas com câncer de ovário, os pesquisadores verificaram que quase todas descreveram aos médicos seus sintomas bem antes de a doença ser diagnosticada.

A maioria sofria de inchaço e dor abdominais, enquanto muitas outras tinham problemas gastrointestinais, dor pélvica, sangramento anormal ou outros sintomas. Como esses problemas podem indicar vários problemas de saúde, muitas mulheres e seus médicos não reconheceram neles os sintomas de câncer.

O trabalho da equipe, chefiada por Barbara Goff, da Universidade de Washington, foi publicado na edição de 15 de novembro da revista Cancer.

Quando o câncer de ovário é detectado precocemente, a taxa de sobrevivência é alta, superior a 90 por cento. Mas apenas um quarto dos casos são diagnosticados antes que a doença se espalhe para além dos ovários. Segundo os pesquisadores, quando o câncer é detectado em estágios avançados, a taxa de sobrevivência cai para 20 a 30 por cento.

Um dos motivos para a taxa de detecção precoce ser tão pequeno é o fato dos sintomas da doença serem vagos. E ignorar sintomas como dor abdominal e pélvica crônica pode ter um preço alto. Os pesquisadores verificaram que as mulheres que inicialmente ignoraram esses sintomas tenderam significativamente a ter o diagnóstico de câncer de ovário em estágios mais avançados. Cerca de 50 por cento das mulheres suportaram os sintomas da doença durante três meses, antes de procurar um médico.

Muitos médicos demoraram para fazer o diagnóstico correto. Apenas 20 por cento das mulheres foram informadas que poderiam ter câncer de ovário na primeira consulta. O resto recebeu diagnóstico de problemas que variavam desde síndrome do colo irritável até depressão. Algumas pacientes ouviram que não havia nada errado com elas. Cerca de 21 por cento das mulheres culparam a 'atitude' dos médicos pelo atraso no diagnóstico. "O resultado do nosso estudo sugere que poderíamos ser capazes de reduzir os atrasos no diagnósticos com uma educação melhor dos profissionais de saúde e das pacientes sobre os sintomas do câncer de ovário", escreveram os pesquisadores.

Conforme os autores, mesmo que a maioria das mulheres com problemas pélvicos ou abdominais não tenha câncer de ovário, os médicos deveriam realizar exames pélvicos antes de "rotular" as mulheres com outros problemas.

Sinopse preparada por Reuters Health

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