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Varizes: Angiologista Esclarece Mitos e Verdades Sobre o Problema

A causa exata das varizes é desconhecida. Existem fatores genéticos e hereditários que determinam uma certa tendência ao aparecimento de varizes ; ou seja a pessoa "já nasce" com predisposição à doença de varizes em um certo grau, maior ou menor. A afirmação é do especialista Eduardo Vergara Miguel, angiologista e cirurgião vascular.

O médico explica que a este fator, somam-se as condições adquiridas, que podem desencadear ou piorar as varizes já existentes, que são dentre outras, a gravidez, obesidade, uso de anticoncepcional , uso de reposição hormonal, tipo de trabalho, vida sedentária etc.

Existem principalmente dois tipos de varizes e para cada tipo um tratamento diferente. Para as varizes desenvolvidas de veias grossas, o único tratamento é a cirurgia.

Para as microvarizes, é indicado o tratamento por injeções que é chamado de escleroterapia ou na linguagem popular, “aplicação ou secagem de veias”. Este tratamento é indicado para retirar as pequenas veias tão comuns e inestéticas, que se agrupam em forma de teia de aranha ou formando manchas.

A escleroterapia auxilia também na complementação do tratamento cirúrgico, retirando as pequenas veias que a cirurgia não alcança.

Variação

O tratamento por escleroterapia naturalmente é um pouco doloroso, explica o médico, mas nada que não seja suportável. É usada uma seringa com uma agulha muito fina e um líquido que é o esclerosante, e são dadas várias "picadas" nas microvarizes que se querem esclerosar.

Naturalmente existem áreas mais dolorosas, mas tudo dentro do suportável . Nas pessoas que são muito sensíveis à dor podemos usar na sessão de escleroterapia uma bolsa de gelo ou uma pomada anestésica, para amenizar a dor.

Eduardo Vergara explica ainda que as varizes ou as microvarizes "não voltam", são outras que normalmente aparecem , às vezes no mesmo lugar, indicando que a pessoa tem uma tendência hereditária ou algum fator desencadeante importante. Por isto é necessário fazer manutenção com escleroterapia sempre que apareçam outros vasinhos.

A escleroterapia como todo tratamento em medicina tem os seus riscos, mesmo sendo feito por profissional habilitado e experiente. As principais complicações são: manchas hipercrômicas; bolhas ou flictemas; e pequenas ulcerações (feridas) muito dolorosas que são de demorada cicatrização podendo deixar marcas, felizmente estas feridas são raras.

Laser

O tratamento à Laser na escleroterapia teve início nos anos de 1985/86, com maus resultados tendo sido abandonado, pois além de não ser muito eficiente na escleroterapia, era doloroso, e muito pior deixando manchas definitivas na pele (tipo queimaduras), explica.

Desde o final dos anos 90 vem tentando-se reintroduzir o laser novamente na escleroterapia com novos nomes (Photoderm, Vasculight etc) , com pequeno avanço , mas ainda inferior ao tratamento da escleroterapia convencional. O laser além do seu alto custo é mais doloroso, e continua queimando e manchando a pele.

Retirada da safena X preservação

Até os anos 90 na cirurgia de varizes era quase que a regra a retirada das veias safenas. Com o avanço da cirurgia cardiovascular, houve um aumento da necessidade de se fazer pontes safenas no caso de obstrução das coronárias, e também no caso de fazer ponte para as pernas no caso de obstrução das artérias das pernas (evitar a gangrena).

Em muitos casos não existiam mais as veias safenas que tinham sido retiradas numa cirurgia de varizes anterior e na maioria das vezes sem necessidade, comenta o médico.

A partir desta época , vêm sendo sempre priorizada a cirurgia de varizes com a preservação (sempre que possível) das safenas. Para isto é fundamental o uso de um exame especializado, o Duplex-scan venoso ou Ecodoppler que permite mapear e estudar as safenas e as outras varizes nos dando condição de indicar ou não a retirada da safena.

"Não adianta também deixar uma safena muito doente durante uma cirurgia de varizes na tentativa de preservá-la , pois ela não irá servir para usar como ponte num futuro". Neste caso tem que existir o bom senso, deixando as safenas que ainda servem para a circulação venosa e para possível ponte no futuro, e retirando as safenas verdadeiramente doentes que não servirão nem para ponte, finaliza o médico.

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