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11 de dezembro de 2025 (Bibliomed). Um novo exame de sangue com três marcadores pode identificar pessoas com risco quase três vezes maior de sofrer um ataque cardíaco, indica estudo realizado na Universidade Wake Forest, nos Estados Unidos. O teste se baseia em três marcadores sanguíneos associados a doenças cardíacas: lipoproteína a [Lp(a)], colesterol remanescente e proteína C-reativa de alta sensibilidade [hsCRP].
Os pesquisadores explicam que esses biomarcadores funcionam juntos como peças de um quebra-cabeça, e que uma peça sozinha não mostra o quadro completo, mas, quando combinadas, é possível ter uma visão muito mais clara e completa dos riscos de ataque cardíaco.
A lipoproteína (a) é um tipo de colesterol cuja concentração é determinada por fatores genéticos e que pode causar obstrução das artérias. O colesterol remanescente é uma partícula de gordura prejudicial no sangue que pode passar despercebida em exames de colesterol padrão, mas também contribui para a obstrução das artérias. Já o marcador hsCRP mede a inflamação no corpo; níveis elevados indicam que o corpo está sob estresse, o que pode danificar as artérias.
Para o estudo, os pesquisadores analisaram dados de mais de 300.000 participantes do Biobanco do Reino Unido, um projeto de pesquisa de saúde de longo prazo no Reino Unido. Todos os participantes não apresentavam doenças cardíacas quando foram inscritos no estudo.
Os pesquisadores acompanharam as taxas de ataque cardíaco desses participantes por uma mediana de 15 anos de acompanhamento — metade dos participantes foi acompanhada por um período mais longo e a outra metade por um período mais curto. Esses dados foram comparados a exames de sangue que avaliavam os três marcadores de risco cardíaco.
Os resultados mostraram que os participantes com os três marcadores de risco cardíaco nos níveis mais altos apresentaram um risco quase três vezes maior de sofrer um ataque cardíaco. Além disso, aqueles com dois resultados elevados apresentaram mais que o dobro do risco, enquanto um único resultado elevado representou um aumento de 45% no risco.
Segundo os pesquisadores, mesmo que fatores de risco tradicionais, como colesterol e pressão arterial, estejam sob controle, esses simples exames de sangue podem identificar inflamações ocultas, risco genético e anormalidades no colesterol. Para eles, os resultados podem ajudar os profissionais de saúde a detectar o risco de doenças cardíacas mais cedo e orientar medidas para manter o coração saudável antes do aparecimento de sintomas ou da ocorrência de um evento cardíaco.
Fonte: American Heart Association Annual Meeting 2025.
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