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Acesso ao Aborto Fica Mais Difícil nos EUA, Indica Pesquisa

Por Sue Pleming

WASHINGTON (Reuters)
- O acesso a um aborto seguro e legal está se tornando cada vez mais difícil nos Estados Unidos, onde muitos Estados estão impondo mais restrições ao procedimento, de acordo com uma pesquisa publicada na segunda-feira por um importante grupo de defesa do direito ao aborto.

Com a eleição do presidente George W. Bush, que é contra o aborto, os grupos de defesa do direito ao aborto esperam que muitos Estados, com o apoio de lobistas antiaborto, se esforcem ainda mais para anular a lei Roe x Wade, de 1973, da Suprema Corte, que dá às mulheres o direito constitucional de interromper a gravidez.

A National Abortion and Reproductive Rights Action League (Naral) disse em sua pesquisa anual que 43 novas medidas antiaborto foram adotadas em 2000, ultrapassando as 27 leis de direito ao aborto decretadas nos Estados no mesmo ano.

Anunciando os resultados da pesquisa, a presidente da Naral, Kate Michelman, disse que espera mais obstáculos por parte dos Estados em 2001, apontando uma mudança no cenário político que pode pôr em risco o direito de uma mulher de fazer um aborto.

De acordo com Michelman, as forças antiaborto estavam "animadas" com a presença de Bush na Casa Branca, assim como seu escolhido para o cargo de secretário da Justiça, John Ashcroft.

Ashcroft, que combatia ferozmente o aborto quando era senador dos Estados Unidos, repetiu na segunda-feira a posição que articulou durante a solenidade de sua confirmação pelo Senado no mês passado, de que o direito ao aborto era uma parte "decidida" da lei norte-americana.

"Eu disse que não acreditava que a agenda da administração iria mudar o que era uma lei definida e que, como procurador geral, vou me dedicar à agenda da administração", disse Ashcroft.

Michelman destacou que a Câmara e o Senado são controlados pelos republicanos, que tendem a se opor ao aborto, e que Bush poderia nomear uma nova Corte Suprema de Justiça que poderia permitir a anulação da lei Roe x Wade.

"Essa confluência de fatores, com a presença antiescolha tendo o poder de anular a lei, Estados testando novas medidas e o Congresso aprovando leis que podem ser sancionadas pelo presidente forma um ambiente incendiário", disse Michelman.

Sinopse preparada por Reuters Health

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