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EUA: fechamento de clínicas de aborto aumentam casos de DSTs

24 de outubro de 2022 (Bibliomed). Mesmo antes de a Suprema Corte dos Estados Unidos modificarem as leis e dificultarem o acesso ao aborto legal, alguns estados já haviam limitado o acesso ao procedimento e diminuindo o financiamento aos centros de saúde de planejamento familiar. Isso tem efeito direto na saúde reprodutiva da população, uma vez que essas clínicas oferecem vários outros serviços além do aborto, incluindo acesso à triagem e tratamento de infecções sexualmente transmissíveis (IST).

Agora, um novo estudo revela as possíveis consequências do fechamento desses centros: pesquisadores descobriram taxas dramaticamente mais altas de gonorreia e clamídia em Iowa logo após a aprovação de uma lei estadual de desfinanciamento em 2017.

Analisando dados coletados pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, os pesquisadores descobriram que, entre 2016 e 2018, a taxa de infecção por gonorreia do estado quase dobrou, passando de 83 casos para 154 casos para cada 100.000 habitantes de Iowa. A taxa de clamídia em todo o estado também aumentou, de 415 casos para 466 casos para cada 100.000 habitantes de Iowa.

Os pesquisadores determinaram, ainda, que o aumento do risco de DST ocorreu muito rapidamente após a aprovação da legislação de desfinanciamento e nos locais específicos de fechamento de clínicas.

Para os autores, esses resultados criam a preocupação de que a legislação que visa provedores de aborto possa ter impactos negativos não intencionais nos cuidados e mais rapidamente do que suspeitavam.

Fonte: JAMA Network Open. DOI: 10.1001/jamanetworkopen.2022.39063.