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Restrições ao aborto aumentam taxas de mortalidade infantil

30 de abril de 2024 (Bibliomed). Nos Estados Unidos, estados com restrições mais rígidas ao aborto têm taxas de mortalidade infantil mais altas. É o que sugere estudo realizado na Universidade de Harvard.

Os estados com as leis de aborto mais rigorosas tiveram um aumento de 16% na taxa de mortalidade infantil entre 2014 e 2018, em comparação com os estados com menos restrições ao aborto.

Para o estudo, os pesquisadores avaliaram os estados em relação a 12 tipos de leis que restringem o acesso ao aborto. Seis das leis estabelecem requisitos sobre como o aborto pode ser realizado. Por exemplo, a lei pode exigir que ocorram num hospital, com a presença de um segundo médico ou com um período de espera obrigatório. Outras leis restringem o aborto, permitindo o procedimento apenas em determinadas circunstâncias, como violação, incesto ou para salvar a vida da mulher.

Os pesquisadores categorizaram os 48 estados contíguos dos EUA pelo número de leis restritivas ao aborto, levando também em consideração variáveis como a distância percorrida até uma instalação de aborto, o status de expansão estadual do Medicaid e os principais dados demográficos.

Nesses estados, ocorreram mais de 19,5 milhões de nascidos vivos e mais de 113 mil mortes infantis entre 2014 e 2018.

Os investigadores descobriram que os estados que promulgaram 11 a 12 das restrições ao aborto tiveram um aumento de 16% na taxa de mortalidade infantil, em comparação com aqueles que adoptaram uma a cinco das leis.

Outros fatores também foram associados ao aumento da taxa de mortalidade infantil, incluindo a etnia negra, menor escolaridade, tabagismo durante a gravidez e cuidados pré-natais inadequados.

Os pesquisadores explicam que as leis sobre o aborto podem estar a ter consequências indesejadas, ao restringirem também o acesso aos cuidados de saúde reprodutiva para mulheres com recursos financeiros limitados. Isso porque a saúde materna influencia diretamente na saúde dos bebês e das crianças, e em última análise, a saúde da população.

Fonte: American Journal of Preventive Medicine. DOI: 10.1016/j.amepre.2023.10.010.

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