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Dieta que limita alimentos ultraprocessados não é automaticamente saudável

19 de novembro de 2024 (Bibliomed). Uma dieta que limita os alimentos ultraprocessados não é automaticamente saudável, e os tipos de alimentos que as pessoas comem podem ser mais importantes do que o nível de processamento usado para prepará-los, sugere um estudo apresentado na Reunião Anual da Sociedade Americana de Nutrição.

Os pesquisadores compararam dois cardápios que refletem uma dieta ocidental típica – um que enfatiza alimentos minimamente processados e outro que foca na variedade ultraprocessada, de acordo com o Sistema de Classificação de Alimentos NOVA. Este sistema categoriza os alimentos em um de quatro grupos com base em critérios relacionados ao processamento. Foi desenvolvido pelo Centro de Estudos Epidemiológicos em Saúde e Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, Brasil.

O cardápio menos processado custou mais que o dobro e atingiu o prazo de validade três vezes mais rápido, sem fornecer qualquer valor nutricional adicional. Com base nessas descobertas, é possível consumir uma dieta de baixa qualidade mesmo quando se seleciona principalmente alimentos minimamente processados, observaram os pesquisadores.

Para o novo estudo, eles construíram um cardápio menos processado, que obteve 20% das calorias de alimentos ultraprocessados, e um cardápio mais processado, que obteve 67% das calorias de alimentos ultraprocessados. O sistema NOVA determinou o nível de processamento envolvido em cada menu. Os pesquisadores calcularam que os cardápios tinham uma pontuação no Índice de Alimentação Saudável de cerca de 43 a 44 em 100, um número relativamente baixo que reflete a baixa adesão às Diretrizes Dietéticas para Americanos.

Eles estimaram que o menu menos processado custaria US$34,87 por dia por pessoa, em comparação com US$13,53 por dia para o menu mais processado. Eles também calcularam que o tempo médio até a expiração dos itens do cardápio menos processados foi de 35 dias, em comparação com 120 dias para os itens do cardápio mais processados.

O estudo destaca as desconexões entre o processamento de alimentos e o valor nutricional, disseram os pesquisadores. Alguns alimentos embalados ricos em nutrientes podem ser classificados como ultraprocessados – por exemplo, purê de maçã sem açúcar, leite ultrafiltrado, clara de ovo líquida e algumas marcas de passas e tomates enlatados.

Fonte: Reunião Anual da Sociedade Americana de Nutrição 2024.

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