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Estudos com Ratos Associam Obesidade e Doença Hepática

NOVA YORK (Reuters Health) - Os obesos correm maior risco de ter problemas de fígado, o que pode ser resultado do álcool naturalmente produzido por bactérias que vivem nos intestinos, de acordo com pesquisadores da Faculdade de Medicina Johns Hopkins, em Baltimore, Maryland. Os resultados de seu trabalho foram publicados na edição de novembro da revista Gastroenterology.

As conclusões sugerem que, em obesos, a esteatose hepática pode ser semelhante às doenças causadas por consumo excessivo de álcool.

A esteatose hepática é o acúmulo de gordura no fígado, que pode ser provocado pela obesidade, diabete, excesso de consumo de álcool, efeito colateral de certas drogas ou pela exposição depois de exposição a toxinas.

Acredita-se que 25 por cento dos adultos de países industrializados sofram de esteatose hepática. Antigamente, muitos médicos não tratavam o problema, que era considerado benigno. Descobertas recentes, porém, indicam que a esteatose pode ser uma precursora da cirrose, que muitas vezes pode ser fatal.

Em um estudo com ratos que não bebiam álcool, foram detectados níveis mais elevados de etanol, um tipo de álcool, no ar exalado por ratos com uma forma genética.

O nível de etanol foi mais alto pela manhã e aumentou com a idade em ratos obesos, mas não nos animais magros.

"Nosso estudo sugere que ratos obesos com esteatose hepática produzem muito do próprio álcool, imitando o que verificamos na esteatose hepática produzida em humanos que bebem quantidades excessivas de álcool", informou em declaração distribuída pelo Johns Hopkins, uma das autoras do estudo, Anna Mae Diehl.

Os pesquisadores também verificaram que o antibiótico neomicina corta os níveis de etanol em 50 por cento nos ratos obesos. A equipe sugeriu que os lactobacillus, uma bactérias encontradas no iogurte que tem demonstrado ser um agente de limpeza do aparelho gastrointestinal contra certas bactérias perigosas, também poderia ser usado como um tratamento para esteatose hepática.

"Se o que verificamos em ratos for válido também para seres humanos, o tratamento e a prevenção da esteatose relacionada à obesidade poderia ser relativamente fácil, com o uso de iogurtes ou antibióticos orais para impedir o crescimento de bactérias intestinais", explicou Diehl.

Os autores acreditam que os alimentos demoram mais para deixar o trato intestinal, de forma que a comida se transforma numa fonte de nutrição para as bactérias intestinais, que fermentam os alimentos e, desse modo, produzem o álcool que danifica o fígado.

Sinopse preparada por Reuters Health

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