Notícias de saúde

USP desenvolve próteses a base de mamona

26 de Maio de 2003 (Bibliomed). Próteses leves, baratas e que não sejam rejeitadas pelo organismo. Esse é o resultado de quase vinte anos de pesquisas coordenadas pelo professor Gilberto Chierice, do Instituto de Química da USP, campus São Carlos. Os pesquisadores desenvolveram um polímero com base em um óleo vegetal extraído da mamona, extremamente maleável e totalmente biocompatível, que possibilita que o corpo humano substitua gradativamente essa massa vegetal por células ósseas. A descoberta abre a possibilidade de um tratamento melhor e mais barato a milhares de pessoas que todos os anos sofrem com acidentes domésticos ou de trabalho, com armas de fogo e doenças.

A pesquisa começou em 1984, quando Chierice estudava novas substâncias que pudessem revestir fios e cabos telefônicos, para a antiga Telebrás. “Sua grande vantagem é que não causa reações inflamatórias nem rejeições por parte do organismo”, explica Chierice. Isso acontece porque o material é biocompatível e também osteointegrável, ou seja, incentiva a produção de células ósseas naturais, que com o tempo tomam o lugar da prótese vegetal.

Além disso, a prótese de mamona é muito mais leve do que as atuais, feitas de ligas metálicas como titânio, níquel e cromo. Para se ter uma idéia, uma prótese feita de titânio atualmente chega a pesar 400 gramas, enquanto uma feita a partir da massa vegetal chega no máximo a 90 gramas.

Outra vantagem é que, ao contrário da prótese de titânio, a prótese de mamona não interfere em exames como a tomografia. O material também permite que qualquer parte do corpo – como ossos, dedos, narizes e orelhas – seja reproduzida. Essa parte da pesquisa vem sendo desenvolvida pelo cirurgião maxilo-facial Edelto dos Santos Antunes.

A massa vegetal já foi aprovada pelo Food and Drug Administration (FDA), órgão do governo americano que regula a liberação de novos alimentos e drogas e que é referência mundial no assunto. A liberação do seu certificado é prevista para junho.

Copyright © 2003 Bibliomed, Inc.

Faça o seu comentário
Comentários