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28 de outubro de 2025 (Bibliomed). Mesmo com a pressão arterial sob controle, parte das pessoas com hipertensão continua em risco elevado de infarto e acidente vascular cerebral. Um novo estudo da Universidade de Bristol aponta a razão: o organismo pode desenvolver um verdadeiro “novo sentido” que mantém o sistema nervoso simpático (responsável pela reação de “luta ou fuga”) hiperativo, alimentando o risco cardiovascular.
A pesquisa, publicada na revista Circulation Research, mostra que o quimiorreflexo arterial — um mecanismo que monitora o oxigênio no sangue por meio do corpo carotídeo — deixa de ser apenas um “vigia silencioso” e passa a atuar sem descanso em quem tem hipertensão. Nesse estado, ele responde não só ao nível de oxigênio, mas também a hormônios da via melanocortina, tradicionalmente ligados à pigmentação da pele e ao estresse. Resultado: nervos simpáticos mais ativos do que o normal, mesmo em repouso, o que pode sustentar a pressão alta e o risco de eventos cardiovasculares.
Em modelos experimentais, bloquear esse reflexo reduziu pressão e atividade simpática, abrindo caminho para novas terapias que visem a “temperar” esse circuito hiperativo. O achado ajuda a explicar por que alguns pacientes, apesar de remédios e estilo de vida saudável, ainda apresentam risco aumentado. Os próximos passos incluem levar essas descobertas para estudos em seres humanos, entendendo por que o quimiorreflexo fica sensível às melanocortinas e como modulá-lo com segurança.
Fonte: Circulation Research. DOI: 10.1161/CIRCRESAHA.125.326394.
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