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Prótese de mão eletrônica desenvolvida no Brasil está entre as mais avançadas do mundo

02 de Abril de 2003 (Bibliomed). Pesquisadores do Laboratório de Biocibernética e Engenharia de Reabilitação (Labciber), da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC/USP), estão desenvolvendo uma prótese de mão eletrônica que deverá estar entre as mais avançadas do mundo. “Das que já existem, nenhuma une tantos movimentos e outros tipos de funções sendo, ao mesmo tempo, tão parecida com a mão natural”, afirmou o pesquisador Fransérgio Leite da Cunha, que propôs o desenvolvimento da “Mão de São Carlos” em seu doutoramento, em 2002.

O pesquisador explica que, como a mão é uma parte exposta e muito importante, a prótese não pode chamar atenção nem funcionar mal, senão as pessoas desistem de usa-la. “Estamos construindo um aparelho com muitos motores e sensores integrados, que precisa ter um custo acessível, ser leve, com a mesma aparência e funções de uma mão natural”, explicou.

A Mão de São Carlos terá três dedos funcionais e dois de função estética, com cobertura de borracha, imitando a pele. Ela será capaz de captar e reconhecer sinais elétricos dos músculos do usuário e interpretá-los, para então se movimentar. Além disso, ela informará ao usuário sobre a temperatura e a força aplicada aos objetos.

Dispositivos aplicarão sinais táteis no braço natural, causando variações de calor e pressão, proporcionais às condições da prótese. Os sensores de calor e deslizamento irão ordenar movimentos automaticamente, para evitar danos e queda de objetos. Mas, se precisar, o usuário poderá contrariar a essas ordens para, por exemplo, segurar um objeto em chamas e evitar um incêndio.

A prótese poderá abrir e se fechar como uma “garra de força” (punho cerrado, que se usa, por exemplo, para pegar um martelo) com a “pinça tri-digital” (união do polegar com os dedos indicador e médio, para escrever) e com a “pinça lateral” (polegar ao lado do indicador dobrado, como se faz para pegar um cartão de crédito). Atualmente, os pesquisadores estão construindo os dedos e a palma da prótese. Até o final do ano, espera-se obter um protótipo de bancada da mão inteira. Os testes com pacientes serão feitos a partir de 2005.

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