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Cistos nos Ovários

© Equipe Editorial Bibliomed

Neste Artigo:

- Quais são os sintomas?
- O que causa?
- Quais as complicações?
- É preciso fazer algum exame?
- Como é feito o tratamento?
- Como evitar?
- Referências bibliográficas

Os cistos ovarianos são pequenas bolsas contendo líquido que se localizam na superfície do ovário. Uma boa parte das mulheres desenvolve cistos ovários em algum momento ao longo de suas vidas, mas, após alguns meses, a maioria destes cistos desaparece sem qualquer tratamento.

Quais são os sintomas?

A maioria das mulheres com cistos ovarianos não apresenta qualquer sintoma, ou se queixa apenas de um desconforto leve na parte inferior do abdome.

Cistos Ovarianos: manifestações mais comuns

Irregularidade menstrual
Dor pélvica
Desconforto durante o intercurso sexual
Aumento das cólicas antes ou durante a menstruação
Náuseas e vômitos

Dores nas mamas
Desconforto ao evacuar
Sensação de "barriga cheia"
Sensação de pressão sobre o reto ou bexiga (em alguns casos, com dificuldade para esvaziar completamente a bexiga).

O que causa?

Normalmente, os ovários desenvolvem cistos todo mês. Eles são chamados folículos. Os folículos produzem estrógenos e progesteronas, além de liberar o óvulo no momento da ovulação.

Em algumas mulheres, um folículo normal continua crescendo e se torna um cisto funcional. Existem dois tipos de cistos funcionais:

Cisto Folicular: por volta da metade do ciclo menstrual, a hipófise (uma pequena glândula localizada na base do cérebro) produz um pico de hormônio luteinizante (LH), que avisa ao folículo que é chegado o momento de liberar o óvulo. Quando tudo corre de acordo com o planejado, o óvulo se desprende do folículo e inicia sua viagem pelas trompas em direção ao útero, em busca de um espermatozóide para fertilizá-lo. Se o pico de LH não ocorrer, será formado um cisto folicular – um folículo que não se rompe e não libera o óvulo, e continua crescendo na forma de um cisto. Os cistos foliculares raramente causam sintomas e quase sempre desaparecem de modo espontâneo, após 2 ou 3 ciclos menstruais.

Cisto de Corpo Lúteo: quando ocorre o pico de LH e o óvulo é liberado, o folículo rompido começa a produzir grandes quantidades de estrógeno e progesterona, preparando o organismo para concepção. Este novo folículo é chamado de corpo lúteo. Em alguns casos, a abertura por onde o óvulo foi liberado se fecha, e o líquido se acumula, formando um cisto. Apesar do cisto do corpo lúteo em geral desaparecer após algumas semanas, ele pode crescer até cerca de 10 cm de diâmetro e tem o potencial de sangrar ou de torcer o ovário, causando dores intensas.

Quais as complicações?

Cistos ovarianos muito grandes podem causar desconforto no abdome. Cistos maiores podem comprimir a bexiga, causando aumento da necessidade de urinar, ou causar torção ou hemorragia na região do ovário. Alguns cistos que se desenvolvem após a menopausa podem ser malignos.

É preciso fazer algum exame?

Os cistos ovarianos podem ser encontrados durante o exame ginecológico de rotina ou ao fazer uma ultrassonografia da pelve por qualquer outro motivo. Dependendo do tipo de cisto e da suspeita de malignidade, podem ser necessários outros exames, incluindo tomografia computadorizada da pelve, laparoscopia ou dosagem de CA-125 (um marcador sanguíneo que costuma estar elevado em mulheres com câncer ovariano).

Como é feito o tratamento?

O tratamento dependerá da idade da paciente, do tipo e tamanho do cisto, e dos sintomas que ele causa.

Com estes dados em mãos, o médico poderá optar por simplesmente acompanhar o cisto com exames periódicos, receitar pílulas anticoncepcionais (reduzem o risco de desenvolvimento de novos cistos) ou mesmo cirurgia (para remover o cisto).

Como evitar?

Apesar de não existir um modo definitivo para evitar o crescimento dos cistos ovarianos, o exame ginecológico rotineiro é importante, permitindo a detecção das lesões em seus estágios iniciais. Esteja sempre alerta a qualquer alteração em seu ciclo menstrual, incluindo sintomas que podem acompanhar a menstruação, mas que não são típicos no seu caso. Em caso de dúvida, converse sempre com seu medico de confiança.

Referências bibliográficas

1. Escobar-Morreale HF. Polycystic ovary syndrome: treatment strategies and management. Expert Opin Pharmacother. 2008 Dec;9(17):2995-3008.

2. Lujan ME, Chizen DR, Pierson RA. Diagnostic criteria for polycystic ovary syndrome: pitfalls and controversies. J Obstet Gynaecol Can. 2008 Aug;30(8):671-9.

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6. Khan KA, Stas S, Kurukulasuriya LR. Polycystic ovarian syndrome. J Cardiometab Syndr. 2006 Spring;1(2):125-30; quiz 131-2.

Copyright © 2012 Bibliomed, Publicado em 09 de junho de 2011 Revisado em 15 de outubro de 2012.