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Evolução do tratamento pode amenizar efeitos colaterais
Hoje em dia, o objetivo atual da quimioterapia gira em torno de como se tirar o
máximo das drogas utilizadas com o mínimo de efeitos colaterais, a informação é do Dr.
Sebastião Cabral Filho, especialista em oncologia e também responsável por um Centro de
Tratamento Sistêmico de Câncer. "Esta é uma das principais conclusões dos últimos estudos e congressos sobre oncologia clínica. O médico continua: "Sabe-se
que a quimioterapia tem uma toxicidade alta, então nós temos aprendido a cuidar do
câncer e de seus efeitos colaterais. Os novos medicamentos lançados no mercado têm
garantido melhores resultados e a continuidade do tratamento", informa.
Sintomas
O especialista informa que, atualmente, as grandes preocupações da população em
geral no que diz respeito a efeitos colaterais do câncer têm sido resolvidas graças aos
novos produtos e recursos disponíveis para o trabalho do especialista. "Antigamente,
as náuseas e vômitos faziam com que várias pessoas desistissem do tratamento. Hoje,
temos métodos bons para tratar destas conseqüências, transformando o quadro e
garantindo a evolução do processo". De acordo com o especialista, as drogas
trouxeram auxílio no combate a mielosupressão (baixa dos glóbulos brancos, vermelhos e
plaquetas). "Este processo causa uma série de danos ao paciente: queda no sistema imunológico, propiciando o surgimento de infecções; baixa na coagulação; anemia,
entre outros. Hoje, os fatores de crescimento da médula óssea não permitem a baixa dos
leucócitos; a trombopoietina combate a queda de coagulação; e uma série de medicamentos combate à baixa dos glóbulos vermelhos", destaca o médico.
Progresso
Segundo o especialista, nos últimos 20 anos, a maioria dos progressos na oncologia
foram obtidos através do tratamento sistêmico. "A partir do momento em que nós nos
conscientizamos de que o câncer é uma doença de disseminação sistêmica, o tratamento
sistêmico fica cada vez mais importante. A quimioterapia tem alcançado um bom
prognóstico. Entre 1960 e 1970, uma quantidade considerável de tumores tinha uma
quantidade baixa. Os Linfomas (câncer nos gânglios linfáticos) tinham 0% de cura, hoje
os níveis chegam de 50 a 60%; o Rabdomiossarcoma (tumor muscular infantil) assim como o
Tumor de Wilmes em 1960, cerca de 20% dos casos eram curados, hoje em dia, de 70 a 80%,
entre outros exemplos".
O oncologista informa que, atualmente, o câncer que mais mata - tanto no Brasil,
quanto no exterior - é o de pulmão, produzindo 83 novos casos a cada ano para cada
100 mil habitantes em nosso país. Após o de pulmão, nas mulheres o mais comum é o
câncer de mama com 32 mil novos casos por ano e nos homens o de próstata e de
estômago,comenta o especialista.
Quimioterapia/ Efeitos colaterais
Constituída por medicamentos que normalmente são administrados de forma isolada ou
associados entre si, por via intravenosa, o objetivo da quimioterapia é destruir células
tumorais e preservar as células normais. Porém, a maioria das drogas quimioterápicas
existentes no mercado atuam tanto nas células normais como nas malignas, criando assim o
chamado efeito colateral.
A quimioterapia atua de forma intensa nas células que se proliferam rapidamente.
Normalmente as células da pele, a mucosa, os glóbulos vermelhos, plaquetas, glóbulos
brancos (chamados de leucócitos), como também as células germinativas que dão origem
aos espermatozóides e óvulos são alguns dos exemplos. Portanto, os efeitos colaterais
da quimioterapia provem dessas células ao serem atingidas. Com isso, pode acontecer a
queda de cabelos (alopecia), a mucosite que são as aftas, diarréias, como também, pode
ocorrer uma maior predisposição às infecções devido à diminuição dos leucócitos, a
anemia em conseqüência da diminuição dos glóbulos vermelhos. Além disso, a pessoa
que passa por este tipo de tratamento pode sofrer também com um maior risco de
sangramento devido à diminuição das plaquetas do sangue e a esterilidade devido à
destruição das células germinativas.
Atualmente por causa de medicamentos mais modernos, vários efeitos colaterais podem ser
atenuados. Como conseqüência, hoje já é possível minimizar estes efeitos colaterais
como as náuseas e vômitos decorrentes da quimioterapia por meio de medicações potentes
de última geração. Por um outro lado, é possível conseguir ainda a diminuição dos
riscos de infecção e anemia, através da adoção de medicamentos preventivos. Além
disso, é preciso lembrar que os efeitos colaterais provenientes da quimioterapia
desaparecem após o término do tratamento.
Os efeitos colaterais da quimioterapia podem ser muito mais intensos ou menos intensos que
os efeitos da radioterapia. Isto tudo depende do tipo, local, intensidade e a duração do
tratamento empregado. Por exemplo, uma radioterapia, no caso de um tumor localizado, por
exemplo, na coxa da perna tem normalmente muito menos efeitos colaterais do que a
radioterapia para um câncer de pulmão. Uma quimioterapia para uma leucemia é altamente
tóxica, enquanto que a quimioterapia para um câncer de intestino é bem tolerada.
Diferenças
Já radioterapia consiste na radiação (ionizante) por uma determinada máquina que
direcionada ao tumor ou a uma determinada região atingida, tem o objetivo de destruir as
células malignas. Como a quimioterapia, a radioterapia também lesa as células normais.
Porém, neste caso, os chamados efeitos colaterais normalmente se restringem ao órgão, a
uma determinada estrutura que será irradiada. A radioterapia é indicada quando se deseja
tratar apenas um local onde é direcionada a irradiação.
A quimioterapia é indicada de uma forma geral quando a doença não se restringe a apenas
um local. A radioterapia pode também ser utilizada em caráter paliativo, com o objetivo
de amenizar a dor em alguns tipos de metástases , como nos casos de metástases ósseas
de qualquer tumor. A quimioterapia e radioterapia são as duas formas de tratamento do
câncer que diferem entre si, mas que muitas vezes, conseguem curar determinados tipos de
câncer . Mas vale lembrar sempre que o diagnóstico precoce é extremamente importante.
Por exemplo, quando mais rápido cresce um tumor, melhor será a resposta à
quimioterapia. Portanto, prevenir é sempre o melhor a fazer.
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