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Índios do Mato Grosso vão trabalhar como auxiliares de enfermagem

Belo Horizonte, 20 de Novembro de 2001 (Bibliomed). O governo do Mato Grosso organizou a formatura de 117 índios no curso de auxiliar de enfermagem. A iniciativa inédita no Brasil foi concretizada devido ao projeto Xamã, coordenado pela Secretaria de Estado de Saúde.

Foram gastos cerca de R$ 954 mil com o Projeto Xamã, que contou com apoio financeiro do Projeto de Desenvolvimento Agroambiental do Mato Grosso e da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), ligada ao Ministério da Saúde.

A expectativa é que os índios, que receberam o certificado de auxiliar de enfermagem na semana passada, atendam uma média de 24 mil indígenas de 20 etnias em aldeias do Mato Grosso. A realidade cultural das etnias foi valorizada durante o curso. Os coordenadores se preocuparam em preparar um programa que considerasse os hábitos indígenas.

O curso ocorreu em 840 horas/aula, de fundamentação teórica, e 600 horas/aula, com atividades práticas nas respectivas aldeias. Um enfermeiro acompanhou o trabalho prático nas reservas indígenas, sob orientação de técnicos da Escola Técnica de Saúde.

Apesar de ter início em 1998, o projeto teve que ser estendido devido à baixa escolaridade dos alunos, que precisavam aprender noções básicas de matemática (para a construção de gráficos, a medição de massa e volume, uso de operações básicas), português (compreensão de texto e escrita), ciências sociais (história de seu povo) e ciências naturais. Ao fim do curso, os índios fizeram provas de suplência.

O projeto foi implementado nas regiões de Barra das Garças (índios Xavantes); Rondonópolis (Bakairi e Bororo); São Félix do Araguaia (Tapirapé e Karajá); Tangará da Serra (Arara, Cinta Larga, Irantxe, Hayabi, Nambikwara, Paresi, Rikbatsa e Umutina) e Xingu (Aweti, Cuicuro, Ikpeng, Juruna, Kalapalo, Kamayurá, Kayabi, Matipu, Meinaco, Nafúquá, Suiá, Trumai, Yawalapiti, Waurá).

Os índios que se formaram em auxiliares de enfermagem vão complementar o trabalho de outros profissionais de saúde mantidos pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa).

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