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Governo investe na melhoria de escolas e quer criar agência estratégica

03 de Maio de 2002 (Bibliomed). O governo federal vai investir na melhoria das Escolas Técnicas de Saúde (Etsus) espalhadas por 12 estados brasileiros. Esta semana, foi assinado um convênio entre os Ministérios da Saúde e da Educação no valor de R$ 37,4 milhões. O dinheiro será gasto em construções, reformas, ampliações e modernização de equipamentos em 14 escolas situadas no Pará, Rondônia, Roraima, Amazonas, Tocantins, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Espírito Santo, Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Apenas a região Norte será beneficiada com a construção de cinco unidades. O convênio também prevê a implantação de uma Etsus no Rio Grande do Sul.

O dinheiro repassado pelo governo federal faz parte de programas direcionados à educação do trabalhador: o Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da Área de Enfermagem (Profae) e o Programa de Expansão da Educação Profissional (Proep). Em março, outro convênio foi celebrado entre os dois ministérios para o repasse de R$ 10 milhões aos estados de Goiás, Paraíba, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Norte.

Onde as Etsus já estão implantadas, o governo pretende investir na reforma e ampliação das unidades, além da compra de novos equipamentos e móveis. O repasse de verba também tem como objetivo o treinamento de pessoal e a consultoria pedagógica. Os profissionais de saúde devem participar de cursos de auxiliar de enfermagem, técnico em higiene bucal, radiologia, nutrição, vigilância sanitária e saúde ambiental.

Atualmente, o País tem 26 Escolas Técnicas de Saúde, que atuam na profissionalização de quem já trabalha em unidades de saúde. Em diversas partes do País, os profissionais não têm a qualificação adequada para o cargo que exercem. Os inscritos em uma das Etsus têm acesso a cursos de patologia clínica, vigilância sanitária, radiologia, citologia, higiene bucal, nutrição dietética, hemoterapia, biodiagnóstico e auxiliar de enfermagem. A intenção do Ministério da Saúde é garantir, até 2004, a profissionalização de 225 mil atendentes na área de enfermagem, além da formação de 153 mil agentes comunitários de saúde.

Outra iniciativa que o Ministério da Saúde pretende colocar em prática, ainda em data a ser definida, é a criação da Agência Federal de Prevenção e Controle de Doenças, que funcionaria nos mesmos moldes do Centro de Controle de Doenças (CDC), entidade norte-americana que investiga novas enfermidades. A agência brasileira trabalharia com a vigilância epidemiológica de novas doenças e de enfermidades antigas que continuam desafiando as autoridades brasileiras. A agência será integrada por profissionais que já trabalham na Fundação Nacional de Saúde (Funasa), investigando surtos e epidemias. Nesse caso, o Ministério pretende ampliar esse trabalho estratégico, que já funciona desde o ano 2000. Os técnicos da Funasa recebem treinamento diretamente do CDC.

O trabalho de vigilância preocupa as autoridades brasileiras. Em 2000, nove pessoas morreram em Japeri/RJ, vítimas de uma misteriosa doença que não chegou a ser identificada. A enfermidade apresentava características semelhantes à da leptospirose. Os técnicos também atuaram em surtos de hantavirose no Paraná e em Santa Catarina, em 2000 e 2001. No ano passado, os técnicos identificaram surtos de febre maculosa, em São Paulo. Outro braço de atuação da agência deve ser o de controle de epidemias de malária, dengue, leishmaniose e leptospirose – um grupo de doenças antigas que avança no País.

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