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São Paulo, 30 de março de 2001 (eHealthLA). Usando técnicas de manipulação dos genes, pesquisadores da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, criaram um tipo de hemoglobina – componente do sangue responsável pelo transporte de oxigênio – artificial.
A substância modificada atuaria exatamente como a normal, com a única diferença de que precisaria ser reposta freqüentemente. Se a novidade for mesmo aprimorada, no futuro, essas substâncias poderão ser preparadas para facilitar o tratamento de doenças sangüíneas, como a anemia falciforme.
Anemia Falciforme
Segundo o hematologista Paulo Pitanga, do Hospital Universitário Pedro Ernesto, no Rio de Janeiro, esta é uma doença genética que atinge os glóbulos vermelhos do sangue. “Durante o estresse físico, principalmente, essas células ficam com forma de foice – daí o nome, falciforme – e obstruem as artérias, como num infarto do coração”, explica o médico.
“A doença pode destruir o baço, essencial na batalha contra certas bactérias perigosas. Sem ele os micróbios passam ilesos pelo sistema imunológico e causam infecção”, conclui.
Sintomas
Nos bebês, inchaço nas mãos e nos pés, febre. As células com defeito inflamam os tecidos moles dessas regiões. Muitas crianças morrem com a infecção. A pele fica amarelada, o que é mais visível no branco dos olhos. Isso porque os glóbulos duram apenas 15 dias e são destruídos pelo fígado, liberando uma substância amarela chamada bilirrubina, que vai se acumulando.
O baço do doente pode ainda seqüestrar temporariamente todo o sangue do corpo para si, deixando a pessoa sem cor. Os adultos sofrem com crises dolorosas causadas pelo entupimento das artérias. Os pacientes tendem a cansar-se mais porque os glóbulos sangüíneos defeituosos têm mais dificuldade para entregar o oxigênio às células.
Tratamento e Prevenção
O tratamento é feito com injeções de antibiótico a cada 21 dias em bebês que nascem com a doença, para evitar infecção.
As doses de antibiótico se repetem até o paciente completar 5 anos, quando a fase mais perigosa já passou. O gene da doença nasceu na África há milhares de anos, mas a miscigenação fez com que essa anemia deixasse de ser uma doença de negros. Negros, mulatos ou brancos, todos devem fazer o teste para identificar a doença o quanto antes. “O ideal é que o teste para detectar a anemia falciforme seja feito logo após o nascimento da criança”, diz o hematologista.
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