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Marcapasso biológico mostrou-se eficiente em cobaias

17 de Setembro de 2002 (Bibliomed). No futuro, o marcapasso eletrônico será substituído por um equivalente biológico. O "biomarcapasso" terá grande utilidade, principalmente em pacientes muito fracos ou muito jovens para serem submetidos a uma cirurgia de implante. Um marcapasso biológico também será capaz de se ajustar às variadas necessidades do corpo, enquanto um marcapasso eletrônico, pelo menos na forma mais simples, não faz isso.

As aplicações clínicas em humanos ainda estão longe de se tornar uma realidade, mas cientistas norte-americanos já conseguiram bons resultados em testes com cobaias. "Podemos imaginar um dia em que será possível recriar as células marcapasso de uma pessoa ou desenvolver marcapassos híbridos, parte eletrônico e parte biológico. Nossos resultados indicam que marcapassos geneticamente modificados podem ser desenvolvidos como uma alternativa possível aos aparelhos eletrônicos", disseram os pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, para a revista Nature.

O coração possui células marcapasso naturais que emitem um impulso elétrico e estimula a contração cardíaca. Se essas células morrem, elas podem ser substituídas por equivalentes eletrônicos artificiais, implantados cirurgicamente. Geralmente, o coração possui dois grupos de células marcapasso que fazem com que os músculos do coração contraiam e enviem sangue para o corpo. Os aparelhos eletrônicos exercem a mesma função das células, mas não têm a adaptabilidade dos equivalentes biológicos.

Na pesquisa, os cientistas alteraram o material genético das células para manipular suas funções e descobriram que células cardíacas normais de cobaias se comportam como células marcapasso, quando têm seu equilíbrio de potássio alterado. Os pesquisadores utilizaram um vírus para carregar um gene que alterou o equilíbrio de potássio. Ainda são necessários mais estudos, mas os cientistas estão otimistas com a descoberta que pode revolucionar a cirurgia cardíaca. "Criamos um marcapasso biológico em cobaias, mas agora vem o trabalho difícil. Precisamos aprimorá-lo, desenvolver estratégias de controle, descobrir o local ideal para alterar as células no coração, controlar a freqüência do novo marcapasso. Mas há luz no fim do túnel", disseram.

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