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25 de maio de 2022 (Bibliomed). A Organização Mundial da Saúde divulgou que "recomenda fortemente" o comprimido antiviral COVID-19 da Pfizer, Paxlovid, para pacientes com formas mais leves da doença que ainda correm alto risco de hospitalização. No entanto, a agência alertou que estava “extremamente preocupada” que a desigualdade no acesso observada com as vacinas COVID novamente deixaria os países de baixa e média renda “empurrados para o final da fila”.
A combinação de nirmatrelvir e ritonavir da gigante farmacêutica americana Pfizer foi a "escolha superior" de tratamento para pessoas não vacinadas, idosas ou imunocomprometidas com COVID, disseram especialistas da OMS na revista médica BMJ.
Para os mesmos pacientes, a OMS também fez uma "recomendação condicional (fraca)" do medicamento antiviral remdesivir feito pela empresa de biotecnologia americana Gilead - contra o qual havia recomendado anteriormente.
A OMS recomendou Paxlovid ao invés do remdesivir, bem como ao invés do medicamento molnupiravir da Merck e anticorpos monoclonais.
O tratamento oral da Pfizer evita a hospitalização mais do que as "alternativas disponíveis, tem menos preocupações com os danos do que o molnupiravir e é mais fácil de administrar do que o remdesivir intravenoso e os anticorpos", disseram os especialistas. A nova recomendação foi baseada nos resultados de dois ensaios envolvendo quase 3.100 pacientes, que mostraram que o Paxlovid reduziu o risco de internação hospitalar em 85%.
Os ensaios também "não sugeriram nenhuma diferença importante na mortalidade" e "pouco ou nenhum risco de efeitos adversos que levem à descontinuação do medicamento".
A recomendação vale para maiores de 18 anos, mas não para gestantes ou lactantes. Também não se aplica a pacientes com baixo risco de complicações da doença, pois o benefício seria mínimo. Os especialistas da OMS também se recusaram a opinar sobre pacientes com formas graves da doença, por falta de dados.
A OMS enfatizou as limitações de tais tratamentos antivirais. "O medicamento só pode ser administrado enquanto a doença está em seus estágios iniciais", disseram eles.
Isso significa que os pacientes devem testar rapidamente positivo e receber a pílula por um médico – o que pode representar obstáculos para países de baixa e média renda.
No entanto, estes comprimidos COVID-19 foram encarados como um passo potencialmente enorme para acabar com a pandemia, pois podem ser tomados em casa, e não no hospital. Os pacientes devem começar a tomar o Paxlovid dentro de cinco dias após o início dos sintomas - o curso dura cinco dias.
Um tratamento completo de Paxlovid custa US$530 nos Estados Unidos. Outra fonte não confirmada pela OMS deu o preço de US$250 em um país de renda média-alta.
Enquanto isso, o remdesivir custa US$520, disse Hedman, mas versões genéricas feitas por empresas na Índia são vendidas por US$53 a US$64.
Há também um questionamento sobre se o vírus pode criar resistência a esses tratamentos.
A OMS "recomendou fortemente" que a Pfizer deixasse mais fabricantes de genéricos produzirem o medicamento e "disponibilizá-lo mais rapidamente a preços acessíveis".
Fonte: BMJ 2020;370:m3379; Medical Press 2022.
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