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Como as faculdades podem retomar as aulas sem aumentar casos de COVID-19?

14 de agosto de 2020 (Bibliomed). A diminuição da velocidade de propagação do novo coronavírus (SARS-CoV-2) está levando alguns países a repensar formas de retomar a rotina de maneira segura. Com isso, as universidades estão buscando formas de garantir a segurança de professores, funcionários e estudantes na retomada das aulas presenciais.

Nos Estados Unidos, de acordo com análise da Escola de Saúde Pública da Universidade de Yale, faculdades norte-americanas podem reabrir com segurança no outono, mesmo no meio da pandemia do COVID-19, se testarem os alunos a cada dois dias usando um kit rápido e barato com pelo menos 70% de precisão.

Juntamente com medidas estritas de prevenção, que incluem uso de máscaras, distanciamento social e isolamento de casos confirmados, os testes vigilantes permitiriam às escolas reduzir a disseminação potencial do coronavírus para "um número modesto de infecções contidas" na maioria dos campi, disseram os pesquisadores.

Para a análise, os pesquisadores criaram um modelo com uma "coorte hipotética" de 4.990 estudantes sem COVID-19 e 10 com doença assintomática não detectada no início de um semestre abreviado de 80 dias. Eles então estimaram novos casos sob vários cenários de teste com base na frequência - triagem a cada um, dois, três e sete dias - e precisão - entre 70% a 99% -, bem como na possível propagação do vírus entre os estudantes.

No "cenário de melhor caso" - no qual cada aluno infectado transmitiu o vírus para uma média de 1,5 outras pessoas devido a rigorosas medidas de controle de infecção e triagem realizadas diariamente com um teste com 90% de precisão - 66 novos casos surgiriam entre a população estudantil.

Um "cenário de linha de base" - no qual os alunos seriam rastreados a cada dois dias com um teste com precisão de 70% - produziria 243 novos casos, assumindo que cada caso passasse o vírus para uma média de 2,5 outros.

A triagem apenas de alunos com sintomas de COVID-19 - sem medidas estritas de controle de infecção - resultaria em mais de 1.000 novos casos no campus, ou uma taxa de infecção de aproximadamente 20%.

Para os pesquisadores, esses resultados definem um nível alto- logístico, financeiro e comportamental - que pode estar além da capacidade de muitas universidades, e tudo o que pode dar errado tem que dar certo para evitar um surto. Para eles, qualquer instituição que não possa atender a esses padrões mínimos de triagem ou manter um controle intransigente sobre as boas práticas de prevenção deve se perguntar se deve mesmo retomar as aulas presenciais.

Fonte: JAMA Network Open. DOI: 10.1001/jamanetworkopen.2020.16818.

Copyright © 2020 Bibliomed, Inc.

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