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Vacina Detém Sintomas da Aids em Macacos

Por Maggie Fox

WASHINGTON (Reuters) - Uma vacina contra Aids, que ajudou a evitar que macacos ficassem doentes, pode servir para indicar aos cientistas uma nova direção na luta contra a doença, afirmaram pesquisadores na quinta-feira.

A vacina não preveniu a infecção, mas impediu que os macacos desenvolvessem os sintomas da infecção com HIV -- e os manteve vivos, segundo pesquisadores do Beth Israel Deaconess Medical Center e da Universidade de Harvard.

Normal Letvin, coordenador do estudo, disse que os resultados mostraram que especialistas em vacinas podem limitar um pouco seus horizontes, não buscando a prevenção completa da infecção com HIV, mas usando uma vacina para evitar que pessoas fiquem muito doentes após a infecção.

"Este estudo levanta a possibilidade de que, como não temos em mãos avanços que possam prevenir realmente a infecção, podemos ter em mãos diversos avanços que podem gerar uma resposta de células T que pode alterar o curso da infecção", afirmou Letvin.

"Já que a maioria das populações infectadas com HIV não consegue custear a terapia de drogas, esta vacina pode ser um grande benefício", acrescentou o pesquisador. Segundo Letvin, a vacina também pode diminuir a chance de um paciente infectado passar o vírus a outra pessoa.

Letvin e sua equipe desenvolveram uma vacina que usava proteínas "envelope" -- da parte externa do vírus -- do SIV, a versão do HIV que atinge macacos, e do HIV. Esta vacina de DNA foi acrescentada de interleucina-2 (IL2), uma proteína do sistema imunológico, e um anticorpo chamado IgG.

Em conjunto com uma equipe dos Laboratórios de Pesquisa Merck, em West Point, Pensilvânia, os pesquisadores testaram a vacina e o placebo (substância inócua) em 20 macacos que, depois, foram infectados com SHIV, um vírus geneticamente modificado que produz uma doença semelhante à Aids especialmente rápida e mortal em macacos.

De acordo com o estudo, publicado na revista Science, todos os macacos que receberam o placebo ficaram doentes e metade morreu em 140 dias.

"Os macacos que receberam a vacina experimental -- há oito destes macacos -- ficaram infectados e logo após a infecção o vírus se replicou em níveis muito altos. Mas... os animais vacinados parecem estar muito bem em relação ao controle do nível de replicação viral", destacou Letvin.

Além disso, os animais vacinados produziram células T CD8, também conhecidas como linfócitos T citotóxicos ou CTLs, que atacaram o vírus. Letvin disse que o estudo demonstrou que a produção de uma resposta de CTL tão forte é vital para o desenvolvimento de uma vacina contra o HIV que funcione.

"É muito, muito importante lembrar que este é um experimento feito em macacos, não em humanos, e que foi realizado com um vírus de macaco", ressaltou Letvin.

Sinopse preparada por Reuters Health

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