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Estudo nos EUA Avaliará Exame Precoce Para Síndrome de Down

Por AliciaMarie Belchak

NOVA YORK (Reuters Health) - Pela primeira vez, um estudo norte-americano vai avaliar a eficácia de testes de detecção precoce da síndrome de Down, comparados a exames-padrão de segundo trimestre de gestação utilizados atualmente.

Coordenados pelo Hospital Presbiteriano de Nova York e pela Universidade Colúmbia, 11 centros médicos do país irão participar do teste de avaliação de risco no primeiro e segundo trimestres (Faster) nos próximos dois anos.

Financiado pelo Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano, o estudo pretende verificar se testes mais precoces e eficazes para síndrome de Down podem ser aperfeiçoados com exames de ultra-som e de sangue no primeiro trimestre de gravidez.

Cerca de 1 em 660 nascimentos é afetado pela síndrome, de acordo com Susan Gross, coordenadora da Faster em Montefiore.

Mulheres de todas as idades podem ter filhos com defeitos genéticos. Mas, normalmente, gestantes com mais de 35 anos fazem exame de síndrome de Down no segundo trimestre de gravidez.

Gross disse que esses testes detectam 60 a 80 por cento dos fetos com síndrome de Down, um distúrbio congênito causado pela presença de três cópias do cromossomo 21, em vez de duas.

Novas pesquisas, no entanto, sugerem que testes realizados no primeiro trimestre podem ser tão bons, senão melhores, do que o exame-padrão.

"Aquilo em que (os cientistas) vêm trabalhando desde os anos 80 é um método de teste de detecção através do qual poderemos identificar outras mulheres que podem estar sob risco, além daquelas que são mais velhas", afirmou Gross.

"Sempre há um risco de síndrome de Down e, na verdade, atualmente, a maioria das crianças com síndrome de Down é composta por filhos de mulheres mais jovens", acrescentou a pesquisadora.

A avaliação nacional será o primeiro estudo norte-americano a comparar os novos métodos de testes do primeiro trimestre aos exames-padrão de segundo trimestre.

Os novos testes de primeiro trimestre, assim como o padrão, utilizam marcadores do sangue maternal que indicam um risco maior de síndrome de Down.

A diferença é que os novos também combinam esses indicadores a exame de ultra-som do feto para verificar alterações peculiares no pescoço (exame de translucência nucal).

Durante o estudo, mulheres na 10a. a 14a. semana de gravidez irão ser submetidas a análises no primeiro e segundo trimestre gratuitamente. Caso um ou ambos os testes indiquem um risco possível de síndrome de Down, elas também receberão uma amniocentese, um procedimento que extrai fluido do útero para verificar os resultados.

Atualmente, a amniocentese é o método aceito para diagnosticar síndrome de Down, no entanto, como ela não pode ser realizada até cerca de 15 semanas de gestação, pesquisadores esperam que os testes de primeiro semestre sejam melhor para alertar pacientes sobre defeitos genéticos potenciais.

Gross afirmou que, caso o teste no primeiro trimestre se mostrem eficazes como os realizados no segundo trimestre, este pode ser um grande benefício às mulheres. A detecção e o diagnóstico precoce na gravidez pode significar menos estresse emocional e psicológico para a mulher.

A pesquisadora destacou que, caso a decisão seja de interromper a gravidez, é mais seguro realizá-la o mais cedo possível.

"No geral, é muito mais fácil para os pacientes saberem antes para planejar a gravidez -- independentemente das pacientes continuarem a gestação", disse a pesquisadora. "Quanto mais cedo você sabe, sempre será melhor."

Sinopse preparada por Reuters Health

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