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Cientistas descobrem que estrogênio pode cumprir um papel na audição

07 de maio de 2009 (Bibliomed). Pesquisadores da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, descobriram que o estrogênio – hormônio sexual feminino – desempenha um papel importante no processamento do som no cérebro, afetando diretamente a audição. Segundo os cientistas, o entendimento desse processo pode “abrir novos caminhos” para o tratamento de deficiências auditivas.

“Descobrimos que o estrogênio faz algo totalmente inesperado”, disse o pesquisador Raphael Pinaud, líder do estudo. “Mostramos que o estrogênio cumpre um papel central em como o cérebro extrai e interpreta a informação auditiva. Ele faz isso em uma escala de milisegundos nos neurônios, em oposição a dias, meses ou até anos nos quais o estrogênio é mais conhecido por afetar o organismo”, completou.

Estudos anteriores já sugeriam essa associação entre audição e estrogênio, mas sem explicar os mecanismos implicados nessa relação. Mais do que sugerir essa relação, o novo trabalho indicou que “o estrogênio é uma molécula chave no carregamento dos sinais cerebrais” e, segundo os autores, seu equilíbrio no homem e na mulher teria um papel além do de hormônio sexual.

Os pesquisadores demonstraram, em laboratório, que o aumento dos níveis do hormônio em regiões do cérebro que processam informações auditivas levava a uma elevação da sensibilidade dos neurônios que processam o som, que passavam a codificar características mais complexas e sutis do estímulo do som. E o bloqueio da ação ou da produção do estrogênio pelas células “desligava” os sinais necessários para o cérebro processar o som.

Além disso, os resultados indicaram que o hormônio seria necessário para ativar genes que instruem o cérebro a fixar as memórias desses sons. “Ele (estrogênio) modula o ganho de neurônios auditivos instantaneamente, e inicia os processos celulares para ativar genes envolvidos no aprendizado e na formação da memória”, destacaram os autores.

As descobertas ocorreram meio ao acaso, quando os pesquisadores investigavam como o estrogênio poderia ajudar a mudar circuitos neuronais para formar as memórias de canções familiares em um tipo de pássaro tipicamente usado para entender a biologia da comunicação vocal. Os cientistas pretendem, agora, continuar o estudo para determinar qual o alcance das descobertas nos sentidos dos vertebrados.

Fonte: University of Rochester. Newsroom. 05 de maio de 2009.

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