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27 de Junho de 2003 (Bibliomed). Pesquisadores brasileiros desenvolveram dois bioinseticidas capazes de combater os vetores de doenças como dengue, febre amarela, malária e filariose – com a vantagem de não danificar o meio ambiente como os produtos químicos usados normalmente. A descoberta se faz importante diante da dificuldade de se combater as doenças tropicais, que ainda hoje fazem milhares de vítimas no Brasil e no mundo.
O trabalho é resultado de uma parceria entre o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), a Embrapa e a empresa Bthek - Biotecnologia, que ficou responsável pela avaliação em campo do produto. A formulação dos bioinseticidas foi feita a partir das bactérias Bacillus thurigiensis e Bacillus sphaericus, predadoras naturais e específicas de diferentes insetos. As bactérias atacam a larva dos insetos, liberando uma endotoxina que, ao ser ingerida pela larva, causa danos em seu trato gastrintestinal, causando sua morte. “Para produzir a toxina bioativa, a bactéria tem de chegar à forma esporulada. A ingestão do esporo viável pela larva também pode causar a morte da mesma”, explicou a pesquisadora do IPT, Maria Filomena de Andrade Rodrigues.
O bioinseticida mostrou ser tão eficaz quanto os inseticidas químicos tradicionais utilizados no Brasil, porém é muito mais específico quanto ao alvo, não atacando outros organismos, reduzindo o risco de danos ao meio ambiente. O controle biológico não agride a flora e fauna, é natural e biodegradável além de ser improvável o vetor adquirir resistência a ele.
Por enquanto, o produto não está liberado para uso doméstico e será aplicado apenas em grandes focos como Pantanal e Região Amazônica. Em São Paulo, as regiões de margem dos rios Tietê, Pinheiros e córregos seriam os principais alvos para aplicação do bioinseticida, que deve começar a ser comercializado a partir de 2004.
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