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Infecções ginecológicas de repetição ligadas ao tipo de comportamento sexual

06 de janeiro de 2004 (Bilbiomed). Muitos médicos acreditam que as mulheres apresentem infecções ginecológicas recorrentes por fungos porque os seus parceiros os transmitem de novo durante as relações sexuais.

Mas, na realidade, são algumas práticas sexuais específicas, e não a transmissão através do parceiro masculino, que estão ligadas a estas infecções genitais recorrentes por fungos. Isto é o que demonstra um novo estudo publicado no último mês de dezembro de 2003 na revista Journal of Women's Health.

Segundo pesquisadores da Universidade de Michigan, responsáveis pela pesquisa, práticas sexuais tais como a realização de sexo oral numa mulher e o uso de saliva durante o ato de masturbação feminina não atuam como fatores disseminadores de infecções micóticas ginecológicas. Ao invés disso, estas práticas podem, em algumas mulheres, criar condições que permitam a fungos tais como a Candida, a virem a se disseminar.

No estudo foram analisadas 148 mulheres e 78 de seus parceiros do sexo masculino. Todas as mulheres foram tratadas inicialmente para infecções por Candida, antes do início do estudo; os cientistas colheram material para cultura a partir da saliva das mulheres, fezes, vulva e vagina, e também de seus parceiros (saliva, fezes, urina, e sêmen).

Os resultados obtidos indicaram que determinados comportamentos sexuais se mostraram fortemente relacionados à recorrência das infecções por Candida: a prática de sexo oral na mulher triplicou o risco de recorrência desta infecção micótica; a masturbação na mulher com saliva (tanto saliva da mulher como de seu parceiro masculino) duplicou o risco da mulher vir a ter recorrência da infecção pelo fungo.

Os cientistas sugeriram que exista um balanço delicado entre a presença dos fungos, as bactérias vaginais normais, e os mecanismos de defesa locais da vagina. Segundo eles, talvez o fato de "lavar" a vagina com a saliva poderia alterar este balanço, levando à recorrência da infecção.

Fonte: Journal of Women's Health, December 2003; vol 12: pp 979-990.

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