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Celulares antigos aumentam risco de tumor cerebral em até 80%, diz estudo

26 de Agosto de 2002 (Bibliomed). As pessoas que usaram alguns dos telefones celulares de primeira geração por um longo período de tempo têm um risco até 80% maior de desenvolver tumores cerebrais, comparados àquelas que não usaram os aparelhos. Essa é a conclusão de um estudo sueco, que avaliou 1.617 pacientes diagnosticados com tumores cerebrais entre 1997 e 2000, comparados a um grupo de controle sem tumores cerebrais.

Os cientistas constataram que as pessoas que usaram aparelhos NMT (Nordic Mobile Telephone) tiveram um risco 30% maior de desenvolver tumores no cérebro, particularmente no lado usado durante as ligações, do que aquelas que não tinham esse tipo de telefone móvel. Para as pessoas que usavam os telefones há mais de dez anos, o risco foi 80% maior. "Nosso estudo mostrou um risco maior de tumores cerebrais entre os usuários de telefones celulares analógicos. Para os telefones celulares digitais e telefones sem fio, os resultados não demonstraram um risco mais elevado no geral em um período de cinco anos", informaram os pesquisadores, em artigo publicado no European Journal of Cancer Prevention.

Dois grandes fabricantes de telefones celulares contestaram o estudo. O maior produtor de telefones móveis do mundo, a empresa finlandesa Nokia, que ainda produz dois modelos de telefones que funcionam no padrão NMT, afirmou que resultados de outros estudos conduzidos sobre os efeitos dos telefones móveis à saúde não apresentaram evidências de perigos aos usuários. Mikael Westmark, porta-voz da companhia suíça Ericsson, completou: "O estudo e as conclusões diferem de pelo menos três outras pesquisas anteriores publicadas em diversas revistas científicas altamente conceituadas. Nenhuma dessas pesquisas verificou uma ligação entre os telefones celulares e o câncer".

A rede NMT, inicialmente desenvolvida para servir os países nórdicos no início da década de 80, ainda é usada em mais de 40 países, mas foi substituída em muitos pelo sistema GSM (Global System for Mobile Communications), que deve ser gradualmente substituído pelas redes móveis de terceira geração. Os telefones analógicos NMT estão em operação há 20 anos, o que possibilita o estudo do impacto de longo prazo da exposição às microondas nos usuários. Segundo o pesquisador Kjell Hansson Mild, co-líder do estudo, ainda é cedo para tirar conclusões sobre os telefones digitais GSM, amplamente usados nos dias de hoje, porque os tumores se desenvolvem de forma muito lenta e o GSM está sendo utilizado há menos de dez anos.

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