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CHICAGO (Reuters) - Parece não haver uma relação entre o uso de telefones celulares perto da cabeça e câncer cerebral, mas mais pesquisas sobre o impacto do uso do aparelho a longo prazo precisam ser feitas, de acordo com um estudo publicado na terça-feira.
O estudo, realizado pela American Health Foundation, foi parcialmente financiado por um grupo de pesquisa estabelecido pela indústria de telefones celulares, que repassou mais de 28 milhões de dólares para que o grupo depois que temores sobre a ligação entre os aparelhos e o câncer surgiram na última década.
O estudo avaliou 469 homens e mulheres entre 18 e 80 anos que apresentavam câncer cerebral primário e os comparou a 422 pessoas que não tinham a doença, perguntando aos participantes dos dois grupos sobre o uso de telefones celulares perto da cabeça.
"O estudo demonstra que não houve efeitos com a exposição a telefones celulares a curto prazo que operam em sinais analógicos", concluiu o estudo publicado esta semana em Journal of the American Medical Association.
"Estudos futuros são necessários para avaliar por períodos de indução maiores, especialmente para tumores de crescimento lento", de acordo com o estudo.
"Os campos de radiofrequência emitidos pelos telefones celulares digitais podem ter efeitos diferentes no tecido biológico em comparação aos telefones analógicos e estudos estão sendo desenvolvidos em diversos países europeus que usam redes de telecomunicação digitais", acrescentou o estudo.
O estudo foi realizado entre 1994 e 1998 após sugestões de que a proximidade da antena à lateral da cabeça poderia estar expondo o cérebro a doses potencialmente perigosas de sinais de radiofrequência.
Nos últimos anos, fones de ouvido e pequenos microfones, que permitem que o usuário mantenha o aparelho celular longe da cabeça, se tornaram populares em alguns países devido a preocupações com a saúde.
"Descobrimos que, apesar da frequência com que os telefones foram usados por mês ou por quantos anos os telefones foram usados, não houve nenhuma relação com o desenvolvimento de câncer cerebral", disse Joshua Muscat, principal autor do estudo, em um comunicado.
"Nossos resultados sugerem que o uso de telefones celulares não está relacionado à incidência de câncer cerebral", acrescentou Muscat.
"Mas precisamos ter em mente que os telefones celulares existem somente há alguns anos e, portanto, precisam ser estudados no futuro", acrescentou o pesquisador.
Sinopse preparada por Reuters Health
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