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Infertilidade pode ser resolvida em 50% dos casos

São Paulo, 12 de Junho de 2001 (eHealthLA). A infertilidade já foi tabu. Assim como o próprio sexo e tantos outros assuntos. Casais estéreis tinham “vergonha” de não ter filhos e, por isso, escondiam o fato e nem sempre buscavam ajuda médica.

Mas depois que o bebê de proveta nasceu – pelo método da fertilização in vitro --, há 20 anos, tudo foi ficando mais fácil. Especialmente o esclarecimento à população, apoiado na evolução da medicina reprodutiva.

"Através do tratamento e da técnica da fertilização in vitro, os casais inférteis têm 50% de chances de conceber um filho”, explica o médico Roger Abdelmassih, acrescentado que “as possibilidades de um casal sem problemas, que faz sexo nos dias férteis da mulher, são de apenas 20% ao mês".

Ainda de acordo com esse especialista, cerca de 20% da população mundial de casais apresentam algum problema de infertilidade e, muitas vezes, desconhecem sua existência. “Somente após um ano e meio de tentativas para engravidar pelo método natural, sem uso de contraceptivos, é que o casal percebe que algo não está indo bem.

É neste momento que vai procurar a solução”, comenta o médico, informando ainda que 30% das causas de infertilidade são relacionadas à mulher, outras 30%, ao homem e 40% decorrem de fatores combinados entre o casal.

As causas da infertilidade feminina podem ser várias, mas uma das mais comuns é a endometriose, inflamação na camada que reveste o útero. “Todo mês a mulher menstrua, mas, às vezes, por estar com o sistema imunológico deficitário, o sangue faz o caminho inverso, passando pelas trompas e atingindo a cavidade abdominal.

Quando esses fragmentos não são absorvidos naturalmente pelo organismo, eles formam pequenas lesões e com o passar do tempo, provocam a inflamação, aderem às trompas e impossibilitam o órgão de se movimentar para receber o óvulo”, explica o especialista.

Outro fator pode estar relacionado a infecções ou lesões deixadas por cirurgias ou cauterizações no colo do útero, além da existência de miomas. Estas infecções podem afetar a capacidade do colo uterino produzir um muco cervical em condições ideais para capacitar os espermatozóides.

“Obstruções, mau funcionamento das tubas e fatores hormonais e ovulatórios também são considerados causas de esterilidade”, destaca Roger Abdelmassih, advertindo em seguida: “Por isso, a importância da realização de exames periódicos”.



Já nos homens, as causas mais comuns de esterilidade são a varicocele (varizes na bolsa escrotal, que afeta a produção e a qualidade dos espermatozóides), e as alterações hormonais, originadas por predisposição genética, pela existência de tumores e doenças ou pelo uso de medicamentos, como hipertensivos.

A ausência de espermatozóides no sêmen, chamada azoospermia, é também outro impeditivo, pois nesse caso não há produção nos testículos, originada pela obstrução das vias de condução.

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