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Antifúngico pode salvar os imunocomprometidos

São Paulo, 04 de Junho de 2001 (eHealthLA). Todo paciente com baixa imunidade merece cuidados especiais. Exemplo, se um fungo aspergillus, comumente encontrado em ambientes hospitalares, for inalado complicações certamente hão de vir. Em casos de pacientes completamente fragilizados, a infecção gerada por esse fungo pode levar à morte.

Para combatê-lo, o Laboratório Merck Sharp & Dohme está lançando no Brasil Cancidas (acetato de caspofungina), o primeiro de uma nova classe de medicamentos antifúngicos conhecidos como equinocandinas.

Cancidas é indicado para o tratamento da aspergilose invasiva em pacientes que não respondem ou que apresentam intolerância aos tratamentos antifúngicos atuais.

A aspergilose é uma infecção fúngica, causado pelo aspergillus, muitas vezes fatal, encontrada em pacientes sob alto risco, como portadores de câncer, receptores de transplante de órgãos e de medula óssea e pacientes com HIV. Esses indivíduos são imunocomprometidos, ou seja, apresentam deficiência no sistema imunológico, favorecendo a infecção.

Ao ser inalado, esse fungo pode infectar os pulmões de pacientes imunocomprometidos hospitalizados e propagar-se pela corrente sangüínea, atingindo o aparelho gastrintestinal, os rins, o fígado, o baço, o cérebro, o coração e a pele. Apesar dos tratamentos disponíveis, a taxa de mortalidade entre os pacientes com aspergilose invasiva varia de 50% a mais de 90%.

Os medicamentos atualmente disponíveis para o tratamento de infecções fúngicas ainda apresentam limitações, provocando efeitos colaterais, devido à resistência de alguns fungos e até mesmo em função do alto custo de algumas marcas.

TESTES - O estudo para avaliar a eficácia de Cancidas envolveu 63 pacientes imunocomprometidos que não respondiam ou que apresentavam intolerância a outros tratamentos antifúngicos, informa o fabricante. Nesse estudo, 41% (26 de 63) dos pacientes que receberam, no mínimo, uma dose de Cancidas responderam favoravelmente ao tratamento.

“Resposta favorável” foi definida como o desaparecimento completo (resposta completa) ou melhora clinicamente significativa (resposta parcial) de todos os sinais e sintomas, e achados radiográficos que identificavam a doença. Quando a doença permaneceu estável, não-progressiva, a resposta foi considerada “desfavorável”.

A duração média do tratamento foi de 31,1 dias, embora Cancidas tenha sido administrado durante até 162 dias.

Entre os pacientes que receberam Cancidas durante sete dias ou mais, 50% (26 de 52) responderam favoravelmente ao tratamento.

“As elevadas taxas de resposta favorável nos estudos clínicos justificam a inclusão de Cancidas no rol dos medicamentos atualmente denominados “terapia de salvação”, explica Dr. Joaquim Prado, diretor médico de Merck Sharp & Dohme.

A duração do tratamento foi determinada pela gravidade da doença subjacente (doença de base), pela recuperação do sistema imunológico e pelo início da resposta clínica ao tratamento.

TOLERÂNCIA - A segurança global de Cancidas foi avaliada em 623 indivíduos (pacientes e indivíduos sadios) que receberam doses únicas ou múltiplas de Cancidas. Destes, 349 foram incluídos em estudos clínicos na aspergilose invasiva (69) e outras infecções fúngicas.

A maioria apresentava doenças subjacentes graves, tais como câncer ou infecção pelo HIV, ou havia recebido transplante de medula óssea ou de órgãos.

Cancidas geralmente foi bem tolerado em estudos controlados, comparativos, em outras patologias que não a aspergilose, que envolveram 228 pacientes.

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