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Especialistas discutem a dor de cabeça na medicina psicossomática

São Paulo, 10 de Maio de 2001 (eHealthLA). A Associação Paulista de Medicina (APM) promove, dia 16 de maio, a reunião científica "Atualização na Abordagem Integrativa: Cefaléias". Promovido pelo Comitê Multidisciplinar de Psicossomática, o evento discutirá os resultados do tratamento da cefaléia sob três ângulos distintos da Medicina: Acupuntura, Alopatia e Psicossomática. De acordo com o Dr. Franklin Antônio Ribeiro, presidente do Comitê organizador, é necessário levar em consideração aspectos da vida de um indivíduo quando pensamos na dor de cabeça, pois é causa e efeito.

Na reunião estará presente o Dr. Elko Perissinotti, membro da liga de cefaléias da Faculdade de Medicina da Universidade de SP (FMUSP), que abordará os aspectos psicossomáticos na cefaléia e a questão da dor física e da dor psíquica. De acordo com o Dr. Elko, a dor física isoladamente não existe, sempre é representada e apresentada pelo indivíduo. "A representação da dor tem relação com a personalidade do indivíduo”, afirma. Para ele, a psicoterapia ajuda o paciente a identificar fatores estressantes que possam desencadear a dor e a lidar melhor com ela.

Dor de cabeça

Dor de cabeça é uma das mazelas mais comuns da humanidade. Mas, para alguns, comum mesmo é sentir essa dor quase todos os dias, prejudicando a vida da pessoa. Segundo a Sociedade Internacional de Cefaléia, existem mais de 150 tipos de dor de cabeça. Muitas vezes, detectar de qual tipo se trata e quais são as causas e os tratamentos mais eficazes pode demorar anos e demandar muitas consultas e exames médicos.

As campeãs de queixa são a enxaqueca e a cefaléia tensional, conhecidas como cefaléias primárias. Não há tratamento para curá-las, só para preveni-las e aliviá-las. Segundo dados do ambulatório de cefaléia do Hospital das Clínicas de São Paulo, mais de 95% das pessoas com dor de cabeça têm cefaléias primárias. A mais comum é a cefaléia tensional. Estima-se que em torno de 60% a 70% delas tenham cefaléia tensional e cerca de 15% a 20% apresentem enxaqueca.

Segundo os especialistas, fatores ambientais e emocionais também são desencadeadores de enxaqueca e de cefaléia tensional. No caso da enxaqueca, podem ser percebidas alterações no humor e perda de apetite. Em pessoas com cefaléia tensional, nota-se a contração de músculos do pescoço e da cabeça (que pode ser a causa ou a consequência da dor de cabeça). Ainda há dúvida entre os especialistas se a causa da dor de cabeça, sobretudo quando se trata de cefaléia tensional, é um distúrbio muscular ou emocional. Mas um ponto não se discute: o tratamento da dor também depende da eliminação de fatores causais.

Ou seja, além de medicação, quem sofre de cefaléias primárias pode prevenir crises e buscar alívio para dor em tratamentos como acupuntura, massagens, relaxamento, psicoterapia e sobretudo prática regular de atividade física. A combinação de terapias melhora os resultados do tratamento e contribui para a redução ou a suspensão do uso de remédios.

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