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Iraque Liga Urânio Empobrecido a Aumento de Casos de Câncer

11 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). Um médico iraquiano afirmou na terça-feira que aumentaram os casos de câncer no sul do país desde a Guerra do Golfo, em 1991, e culpou a munição feita de urânio empobrecido usada por tropas norte-americanas e britânicas pelo aumento.

"Na minha opinião, o fator mais importante que causou o câncer foi a radiação resultante do uso de urânio empobrecido, na região sul, onde norte-americanos e britânicos despejaram mais de 300 toneladas da substância", disse Jawad Ali à Reuters TV num hospital da cidade sulina de Basra.

Autoridades iraquianas vêm acusando as forças ocidentais de causar um desastre ambiental nas Províncias do sul do país com o uso de ogivas feitas com urânio empobrecido, empregado para endurecê-las, de modo que sejam capazes de perfurar tanques.

Uma conferência sobre câncer organizada pelo Ministério da Saúde do Iraque no início do mês afirmou que os casos da doença aumentaram de 4.341 em 1991 para 6.158 em 1997 no país.

A opinião do médico reforça os temores da existência de uma "síndrome dos Bálcãs". Soldados que serviram na Bósnia e em Kosovo estariam sofrendo de câncer por causa do uso do urânio empobrecido nas munições.

Segundo os médicos do hospital de Basra, a maioria dos casos de câncer é de leucemia.

A Grã-Bretanha afirma que o urânio empobrecido pode produzir pequenas quantidades de partículas radioativas e tóxicas no local do impacto, mas alega que dificilmente alguém poderia ser afetado.

Segundo os britânicos, seus tanques Challenger lançaram menos de 100 bombas com urânio contra forças iraquianas, longe de locais populosos.

Em 1998 o Iraque enviou uma reclamação formal ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), pedindo compensação pelos danos causado por munição contendo urânio empobrecido.

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