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OMS Pede Limpeza de Locais Contendo Urânio Empobrecido

15 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). A Organização Mundial de Saúde (OMS) fez na sexta-feira sua primeira recomendação relativa a munições contendo urânio empobrecido desde que começou a polêmica atual sobre os potenciais riscos à saúde representados pela munição.

A organização disse que é "pouco provável" que a exposição a armas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) contendo urânio enfraquecido possa ter levado a um risco maior de câncer entre militares que atuaram nos conflitos nos Bálcãs.

Mas disse estar planejando um estudo para avaliar se ocorreu aumento no risco de câncer entre militares que atuaram na Guerra do Golfo ou nos Bálcãs, e também entre as populações expostas.

A OMS também pediu que sejam isolados e limpos os locais em Kosovo onde caíram munições contendo urânio empobrecido durante a campanha aérea da Otan. Disse que as pesquisas futuras vão avaliar possíveis ligações entre exposição a urânio e danos aos rins, além de estudos das propriedades reprodutivas, mutagênicas e carcinogênicas do urânio.

A Itália pediu recentemente que a Otan investigue se a morte de seis soldados italianos de leucemia depois de períodos trabalhando em Kosovo e na Bósnia se deu por causa da chamada "síndrome dos Bálcãs".

Na quinta-feira, Klaus Toepfer, diretor do Programa do Meio Ambiente da Organização das Nações Unidas (ONU), e Pekka Haavisto, chefe da força-tarefa dos Bálcãs, que já recolheu amostras em 11 locais em Kosovo, disse que todos os 112 pontos em Kosovo onde caíram munições contendo urânio empobrecido devem ser analisados para detectar possíveis riscos à saúde. Eles recomendaram pesquisas semelhantes em locais na Bósnia.

O porta-voz da OMS afirmou que três representantes da organização vão participar de conferência que terá lugar em Basra, Iraque, em 16 e 17 de janeiro, sobre os efeitos do urânio empobrecido e outros fatores ambientais que possivelmente sejam a causa de "crescentes efeitos adversos sobre a saúde".

O Iraque considera que munições ocidentais contendo urânio empobrecido usadas durante a Guerra do Golfo, em 1991, foram responsáveis por milhares de mortes por câncer e nascimentos de bebês com malformações.

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