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A morte de um dos fetos põe em risco a vida do irmão gêmeo

NEW YORK, (Reuters Health) – Quando um dos irmãos gêmeos morre no útero, o outro gêmeo está sob risco mais alto de paralisia cerebral e outros problemas, relatam pesquisadores britânicos.

Revisando os dados sobre nascimento de gêmeos no Reino Unido entre 1993 e 1995, os pesquisadores encontraram que crianças cujos irmãos gêmeos foram natimortos tinham um risco 20% maior de problema mental. O Dr. Peter Pharoah e o colaborador Y. Adi da Universidade de Liverpool relatam os resultados na edição de 6 de maio da The Lancet.

Para determinar a prevalência dos distúrbios nos gêmeos sobreviventes, Pharoah e Adi enviaram questionários aos médicos destas crianças. A equipe encontrou que entre os 241 gêmeos sobreviventes do mesmo sexo, 51 tinham paralisia cerebral ou retardo mental; entre 102 gêmeos de sexos diferentes, 15 tinham distúrbios.

Gêmeos idênticos estavam sob risco mais alto destes problemas do que os gêmeos fraternos, observam os autores. Os gêmeos idênticos são derivados de um único zigoto e dividem a placenta, enquanto os gêmeos fraternos são derivados de dois zigotos e têm duas placentas separadas.

Os pesquisadores não puderam determinar de forma conclusiva se os gêmeos no estudo eram idênticos ou fraternos. Contudo, o risco de paralisia cerebral foi mais alto nos gêmeos de mesmo sexo, e como todos os gêmeos idênticos são de mesmo sexo, eles concluem que o risco pode ser maior neste tipo de gestação.

Não está claro se existe uma forma de intervir durante a gestação para garantir que o feto sobrevivente se desenvolva adequadamente, de acordo com a equipe. Um motivo é que é difícil dizer por que a morte de um feto põe o outro em risco. Uma teoria, escrevem os pesquisadores, é que a morte atrapalha a circulação do feto sobrevivente; ou a morte pode causar alterações na pressão sangüínea que podem afetar o desenvolvimento cerebral no sobrevivente.

Uma "questão crucial" que deveria ser respondida, de acordo com Pharoah e Adi, é porque alguns gêmeos idênticos não são afetados pela morte do outro.

FONTE: The Lancet 2000;355:1597-1602.

Sinopse preparada por Reuters Health

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