Vacina contra o HPV pode beneficiar até mulheres não vacinadas

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Saúde do adolescente

destaque_injecaoA vacina contra o papilomavírus humano (HPV) é altamente eficaz em mulheres jovens e pode até oferecer alguma proteção para aqueles que não o recebem, sugere um novo estudo da Universidade de Cincinnati, nos Estados Unidos.

O HPV é uma infecção sexualmente transmissível que pode causar verrugas genitais. Em algumas pessoas, a infecção por HPV se torna persistente, e isso pode levar ao câncer do colo do útero, ou tumores da vagina, pênis, ânus e garganta.

Pesquisadores disseram que as descobertas acrescentam evidências de que a vacina, que basicamente reduz o risco de vários tipos de câncer, é um benefício para a saúde pública. As vacinas contra o HPV existem há mais de uma década e os especialistas recomendam que todas as meninas e meninos sejam imunizados a partir dos 11 ou 12 anos de idade. Também é aconselhável para jovens adultos que não tenham sido vacinados recebiam quando eram crianças.

Para o novo estudo, os pesquisadores acompanharam cerca de 1.600 adolescentes e mulheres jovens que eram pacientes nas clínicas da cidade. Foram avaliadas as mudanças nas taxas de quatro tipos de HPV ligados ao câncer que a vacina alveja.

Todos os pacientes do estudo eram considerados de alto risco para a infecção pelo HPV: a maioria tinha múltiplos parceiros sexuais em suas vidas, por exemplo, e mais da metade tinha um histórico de outras infecções sexualmente transmissíveis. Quase todos receberam a vacina original contra o HPV (Gardasil), que protegia contra quatro tipos de vírus. A vacina atual nos Estados Unidos (Gardasil 9) protege contra cinco tipos adicionais.

Os resultados mostraram que entre 2006 e 2017, a taxa de vacinação contra o HPV no grupo de estudo subiu de zero para mais de 84%. Entre as mulheres vacinadas, a prevalência do HPV caiu 81% (de 35% para 6,7%).

Em outros achados, o estudo mostrou que a prevalência dos quatro tipos de HPV também diminuiu entre os pacientes que permaneceram não vacinados: no início, cerca de um terço testou positivo para essas cepas virais, e esse número caiu para 19,4% ao longo do tempo.

De acordo com os pesquisadores, esse fenômeno é chamado de “proteção de rebanho”: onde todos se beneficiam de ter uma grande parcela da população vacinada contra uma doença em particular. Este fenômeno já era esperado, uma vez que com a diminuição da prevalência de infecção, a tendência é que o risco geral de contrair o vírus diminua. No entanto, os pesquisadores ressaltam que essa proteção extensiva não substitui a vacinação direta.

Os pesquisadores explicam que proteção de rebanho só existe quando uma grande parte da população é vacinada, e quanto mais pessoas forem vacinadas, mais perto a população poderá erradicar os tipos de HPV associados ao câncer.

Fonte: Pediatrics, 22 de janeiro de 2018

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