Experiências negativas na mídia social podem levar à solidão em adultos jovens

Experiências negativas online podem trazer maiores taxas de solidão entre os usuários de mídias sociais, segundo estudo do Centro de Pesquisa em Tecnologia de Mídia e Saúde da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, publicado no American Journal of Health Promotion.

Pesquisadores entrevistaram mais de 1.100 estudantes da West Virginia University com idade entre 18 e 30 anos sobre suas atividades de mídia social em várias plataformas de mídia social. Depois, pediram aos alunos que avaliassem se sentiam solitários sobre essas interações. Cada 10% de aumento nas interações negativas nas mídias sociais fez com que os participantes do estudo tivessem uma probabilidade 13% maior de se sentirem solitários. Em contraste, as pessoas no estudo que viram um pico de 10% em experiências positivas não tiveram nenhuma mudança nos sentimentos de solidão.

De acordo com os pesquisadores, há uma tendência de as pessoas darem maior peso às experiências e traços negativos em comparação com as positivas, e isso pode ser particularmente relevante quando se trata de mídia social. Portanto, experiências positivas nas mídias sociais podem estar associadas a reforços positivos fugazes, enquanto que experiências negativas – como os argumentos da mídia social pública – podem aumentar rapidamente e deixar uma impressão duradoura e potencialmente traumática. Os pesquisadores levantam, também, a hipótese de que pessoas socialmente isoladas se inclinem para o uso de mídias sociais que envolvem interações negativas.

Os pesquisadores não podem ter certeza se os participantes com sentimentos solitários gravitam para experiências de mídia social negativa ou se o envolvimento deles com as mídias sociais está fazendo com que eles se sintam isolados, mas destacam que estes resultados podem ser utilizados para encorajar o público a ser mais consciente e atencioso em relação às suas experiências online, interrompendo assim um ciclo potencial de experiências negativas e solidão, além de incentivar a conscientização e a educação em torno de experiências positivas e negativas nas mídias sociais.

Fonte: American Journal of Health Promotion, 23 de janeiro de 2019.