Adolescentes que vivem em torno de muitas pessoas obesas ou com sobrepeso passam a ver seus tipos de corpo como ideais. É o que indica estudo realizado pela Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos.
O estudo coletou dados de 401 adolescentes que participaram do Military Teenagers Environments, Exercise, and Nutrition Study (M-TEENS entre dezembro de 2017 e julho de 2018. Os jovens e seus pais realizaram pesquisas on-line sobre a altura, peso e outros fatores dos adolescentes, sendo classificados como obesos ou não de acordo com o índice de massa corporal (IMC). Os jovens receberam um conjunto de nove figuras humanas de tamanhos variados, correspondentes ao sexo, que capturavam índice de massa corporal normal, sobrepeso e obesidade, e foram convidados a escolher qual era o mais próximo do ideal.
Os resultados mostraram que os adolescentes que viviam em locais com taxas mais altas de obesidade tiveram chances significativamente maiores de escolher uma figura que refletisse sobrepeso ou obesidade em comparação com aqueles que viviam em regiões com menores taxas de obesidade. Como resultado, esses adolescentes tendem a ser obesos ou com sobrepeso, dizem os pesquisadores.
Para os pesquisadores, se por um lado a normalização da obesidade ajuda a diminuir o estigma que existe sobre o corpo gordo, consequentemente atenuando o bullying, por outro lado é prejudicial à saúde do adolescente, dificultando sua prevenção e induzindo apatia sobre a prevenção e o gerenciamento, o que pode ter um alto custo para a saúde.
Os pesquisadores recomendam que os pais e os profissionais de saúde estejam atentos ao peso dos jovens, conversando sempre com eles sobre os riscos que a obesidade traz à saúde. A obesidade é um fator de risco importante para diabetes tipo 2, fígado gorduroso e muitas doenças crônicas importantes, que podem começar na adolescência ou antes dela.
Fonte: JAMA Netw Open. DOI: 10.1001/jamanetworkopen.2020.0846.
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