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Obesidade infantil: O que deve e o que não deve ser feito

© Equipe Editorial Bibliomed

Neste Artigo

Introdução
Quando uma criança está obesa?
Dicas para evitar a obesidade infantil:


"A obesidade infantil tem crescido a cada dia, e com ela a preocupações dos pais em como fazer com que as crianças percam e peso e evitar futuros problemas de saúde. Leia neste artigo dicas de especialistas em obesidade infantil".

Introdução

Os jornais e a televisão constantemente nos recordam que um número crescente de crianças está acima do peso ou obesas. E muitos pais estão começando a colocar seus filhos em dietas e com os riscos que eles correm de desenvolver sérios problemas de saúde. Mas qual a melhor maneira de fazer com que a criança perca peso e mantenha o peso perdido?

As últimas estatísticas mostram que 30% das crianças, entre 6-19 anos de idade, nos EUA, estão com sobrepeso ou obesas, o que as coloca em um risco crescente para doenças crônicas, como doenças cardíacas, hipertensão arterial, diabetes e problemas emocionais na adolescência e idade adulta.

Quando uma criança está obesa?

Nas crianças, a gordura corporal muda ao longo do crescimento, e meninos e meninas diferem quanto à quantidade de gordura considerada normal.

O sobrepeso é definido atualmente pelo Ministério da Saúde, como um peso que está acima do peso em que se encontram 97% das crianças saudáveis, do mesmo sexo e idade. De acordo com o Dr. Ênio Cardillo Vieira, em seu livro Pediatria Ambulatorial, do ponto de vista prático e conceitual, basta para o diagnóstico o aspecto clínico, associado a um excesso de peso. Crianças até 10 anos são consideradas obesas quando estiverem com 20% ou mais do peso ideal para a idade. Para as crianças acima de 10 anos a obesidade é diagnosticada a partir do cálculo do índice de massa corporal (IMC = peso [kg] dividido pela altura ao quadrado [m2]), de acordo com o seguinte quadro:

Diagnóstico da obesidade em crianças acima de 10 anos pelo IMC

Idade/anos

 sobrepeso

obesidade

 

masculino

feminino 

masculino

feminino

 

 

 

 

 

10

20

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Dicas para evitar a obesidade infantil:

Veja aqui algumas dicas dadas por especialistas em obesidade infantil.

Ser um bom modelo a ser seguido: "A primeira coisa que os pais podem fazer é serem um bom modelo para suas crianças", diz Rallie McAllister, MD, MPH, uma médica da família em Kingsport, Tenn. Segundo ela, os pais com freqüência determinam inconscientemente o fracasso dos filhos. "Se só existem salgadinhos, balas, e outras guloseimas, ao invés de frutas ou vegetais quando suas crianças procuram por pequenos lanches, como eles terão sucesso?". Ao invés disso, ela sugere, abasteça sua geladeira e armários com frutas frescas, nozes, queijo magro, ao invés de salgadinhos, balas, ou alimentos com pouco teor de fibras, alto teor de gordura e alto valor calórico.

Em um estudo conduzido pelo CDC em 2000, aproximadamente 80% dos adultos relataram ingerir menos que o recomendado de 5 ou mais porções de frutas e vegetais diariamente – isso não é um bom modelo.

Seja positivo: "Ao invés de dizer, perca peso, diga, vamos ser saudáveis e começar a cuidar do nosso corpo", diz McCallister. Seja positivo e enfatize os alimentos que podemos comer, e não os que não podemos comer. Diga, ‘vamos pegar umas frutas e fazer uma salada de frutas’, e não ‘não coma isso ou aquilo’. Ao invés de dizer, ‘temos que fazer exercícios’, diga, ‘vamos ao parque’.

Prepare alimentos saudáveis para toda a família. "Faça planos e prepare os alimentos apropriados para toda a família e não apenas para a criança que se encontra com sobrepeso, o que seria o mesmo que dizer, ‘você é gorda, então não pode comer essa pizza,’". E deixe suas crianças ajudarem a preparam os alimentos. Faça com que o ato de cozinhar seja divertido e interessante. E quando vocês terminarem, comam juntos. Uma família que come junta, come melhor, de acordo com um recente estudo publicado no jornalArchives of Family Medicine. O estudo mostrou, que as crianças que relataram jantar freqüentemente com a família, tinham dietas mais saudáveis do que seus colegas que não o faziam.

Evite distorcer as porções: Quando servir a comida estabeleça um controle da porção, faça os pratos e não coloque as panelas na mesa. Muitos especialistas em obesidade sugerem que o super aumento das porções, em restaurantes "fast-foods" tem uma grande participação na crise da obesidade nos EUA.

Comece o dia corretamente com um bom café da manhã: Coma cereal com pouco açúcar, leite desnatado, iogurte desnatado com granola, frutas e dê preferência aos pães integrais.

Faça uma merenda nutritiva para as crianças levarem para a escola. Um estudo feito pela Universidade de Minnesota mostrou que as crianças que tem acesso a alimentos com alto teor de gordura e pouco nutritivos na escola, irão consumir mais alimentos não saudáveis do que as crianças que tem acesso a opções mais saudáveis. Uma das maiores fontes de gordura e açúcar na dieta das crianças vem dos lanches escolares, diz Mc Callister. Então tente e faça merendas divertidas, e dê uma garrafa de água, não de refrigerante ou sucos adoçados com açúcar, frutas frescas, e sanduíches, se for o caso, feitos com pães integrais.

Mude o hábito alimentar. Todos nós sabemos que dietas não funcionam, elas são soluções a curto prazo. O objetivo é aprender a comer hoje, para poder comer adequadamente o resto de sua vida. Gaste algumas semanas para aprender o que é uma alimentação saudável e, então, você não estará de "dieta".

Pratique atividades físicas. "Faça da atividade física uma atividade familiar" diz Kava. Programe atividades diárias para toda a família, como andar no parque por meia hora, e faça disso algo que atraia as crianças. Se você não pode fazer isso, matricule suas crianças em atividades de dança ou esportes, em que elas se divirtam, porque elas precisam se divertir para continuar praticando-as. Ou apenas ligue alguma música dançante e tenha uma festa na sua própria casa. O importante é se movimentar.

Tente novamente. Alguns pais dizem que seus filhos não gostam de brócolis ou couve-flor, mas algumas vezes isso requer mais de uma tentativa. Tente mudar a apresentação do alimento, tornando sua aparência mais atraente. E lembre-se, a criança não vai sentar-se à mesa e comer brócolis no jantar se todos estiverem tomando sorvete.

Não conte calorias. Restringir as calorias das crianças pode prejudicá-las emocionalmente, fazendo com que se sintam deprimidas, e também pode ser prejudicial fisiologicamente, porque elas podem não receber os nutrientes que precisam. Ao invés disso, corte 100 a 200 calorias por dia, isso é uma medida leve, e resultará em perda de peso.

No final das contas o que vale é não restringi-los, mas ajudá-los a crescer dentro de seu peso, porque as crianças precisam de calorias extras para crescer. Não coloque as crianças em uma dieta restrita, porque elas provavelmente vão resistir a isso.

Não ingira suplementos. Nos dias de hoje, os suplementos chamados dietéticos ou os provenientes de ervas que promovem perda de peso são vendidos pelas ruas para qualquer um – incluindo crianças. Mas seja lá o que você fizer, não os utilize em seus filhos. Você não sabe o que realmente eles são, e a maioria deles não foi testada em crianças, para determinar sua segurança e eficácia.

Não siga uma dieta. Coloque seus filhos em qualquer dieta e você poderá condená-los a uma desordem alimentar – ingestão em excesso ou menos do recomendado ou outra desordem, que implique em uma ingestão inadequada de vitaminas, por exemplo, que são importantes para o crescimento. O que vale, para toda a família é a re-educação alimentar. Só assim o equilíbrio terá seu lugar e o peso adequado será mantido.

Copyright © Bibliomed - Revisado em de outubro de 11 de outubro de 2013