Artigos de saúde
O nosso organismo para um funcionamento normal depende de um complexo equilíbrio entre
diversas funções. Qualquer situação ou agente que rompa esse equilíbrio, irá
desencadear uma gama de reações, no qual o organismo irá tentar restabelecer esse
equilíbrio. Todas essas reações estarão envolvidas num processo altamente delicado
onde a bioquímica se faz presente e na maioria das vezes respondendo por todo o processo.
Para a bioquímica e farmacêutica, Ingrid Paulsen, especialista pela Universidade
Federal de Juiz de Fora, existe na atualidade um número incomensurável de novas
metodologias para fazer frente aos avanços laboratoriais e permitir ao clínico um
acompanhamento fidedigno de seus casos, avançando para um diagnóstico ainda mais
confiável e elaborado. Entretanto, se por um lado esses avanços trazem apoio para
diagnósticos mais rápidos e precisos, podem também criar uma expectativa ou mentalidade
"tecnicista" aos novos profissionais, fazendo com que a clínica se torne
subordinada aos exames laboratoriais. Na verdade a clínica deverá permanecer soberana e
os dados laboratoriais apoiarão ao clínico de forma subsidiária.
Outro ponto importante, segundo Ingrid Paulsen, é dado pela interpretação dos
resultados laboratoriais. Ele deverá conter todos os dados necessários quanto à
metodologia empregada e valores de referência demonstrados com clareza. A partir daí se
torna mais fácil e seguro, mostrar as diferenças existentes entre as diversas
metodologias e possibilitar escolhas mais adequadas.
Avanço
A especialista nesta área acrescenta que com o avanço tecnológico e científico, o
presente já se faz importante e já vive inovações onde diagnósticos mais elaborados
transformam exames preventivos em ferramentas poderosas para evitar futuros
desequilíbrios, como por exemplo a simples dosagem do colesterol e suas frações. Como
os problemas cardíacos e vasculares ainda são de grande desafio para a medicina
preventiva, é possível através dos índices fracionados da gordura circulante no
organismo, detectar o nível de colesterol bom, o HDL ruim como o LDL e a partir daí
criar uma alternativa de vida mais saudável para essas pessoas e uma possível
prevenção de problemas cardíacos.
Para que o laboratório possa auxiliar de maneira eficaz a um determinado diagnóstico, é
necessário que o clínico se proponha a solicitar os exames laboratoriais com critério e
discernimento e que o laboratório responda com exatidão e confiabilidade. Para que isto
ocorra é necessário uma estrutura bem organizada e que esteja amparada por programas de
qualidade, os quais garantirão uma boa performance com resultados cada vez mais
abrangentes e confiáveis, explica a bioquímica.
Visão do Médico
Para o médico, especialista em patologista clínica, Dr. Dr. Antonio Carlos de Araújo,
existe uma constante ligação, vínculo permanente entre a medicina clínica e a
bioquímica clínica. "Ao transitar pelos intricados caminhos do labirinto que é a
Bioquímica atual, deparamos com o grande progresso que foi adquirido no decorrer dos
últimos anos. Houve um avanço extraordinário através das pesquisas constantes, e da
evolução da tecnologia eletrônica, uma verdadeira simbiose benéfica".
O patologista comenta que "vivemos na era da informação que não estabelece
fronteiras para limites do conhecimento e transferência de dados. A Bioquímica , como as
outras especialidades que fazem parte da Patologia Clinica, trouxe mais segurança
através das pesquisas endereçadas à qualidade". Na Bioquímica Clínica verificou
estamos mudanças sem precedentes, quando tudo era feito artesanalmente, desde a
confecção dos reagentes,até a liberação dos resultados. Assim podíamos cair na
possibilidade de maior margem de erros voluntários e involuntários, que interferiam no
raciocínio do Médico Clínico dificultando às vezes o diagnóstico, com as pesquisas, e
os investimentos na área de automação promoveram mudanças radicais no que tange à
qualidade e presteza dos resultados confiáveis.
Dr. Antônio Araújo acrescenta que capacitação do Laboratório Clínico, juntamente
estes progressos da Bioquímica nos últimos tempos, tornou o Laboratório um copartícipe
no enfoque semiológico, que se tem acentuado de forma crescente, exigindo-se
atualização e reciclagem constante de todas as especialidades que participam do
diagnóstico e tratamento das doenças.
Experiência
A experiência médica, segundo o patologista, nos tem ensejado não prescindir, no
possível, da introdução fisiológica que esclarece conceitos na melhor interpretação
da fisiopatologia. A bioquímica clínica tem uma visão de conjunto do universo
metodológico heterogêneo, cada vez mais eficaz que aponta para uma finalidade, o
diagnóstico das alterações no metabolismo humano.
O progresso da eletrônica permitiu a fabricação de equipamentos sofisticados, altamente
sensíveis, que com qualidade e segurança permitiram velocidade e confiabilidade na
liberação dos resultados, facilitando desta forma a ajuda para a medicina clínica nos
diagnósticos, mais precocemente, não dispensando nunca a mão do profissional competente
no manuseio e preparo destas máquinas.
O médico faz questão de frisar que a bioquímica está inserida intrinsecamente em todos
os setores da Patologia Clínica, quando falamos de Bioquímica da Coagulação,
Bioquímica enzimática, Bioquímica endocrinológica, Bioquímica gastroenterológica,
Bioquímica na citologia ou citoquímica, Bioquímica da microbiologia através dos testes
de identificação, como a própria Bioquímica analítica. Ele explica ainda que além de
estabelecer o perfeito entrosamento entre o médico e os laboratórios clínicos, a
bioquímica conseguiu alcançar um estágio de desenvolvimento capaz de junto com a
medicina clínica dar ao ser humano condições de defesa contra a progressão das
doenças e meios de profilaxia.
Para que a relação entre a Medicina Clínica e a Bioquímica se estabeleça, é
necessário que o médico clínico faça a sua parte. Isto através de uma coleta bem
feita de dados clínicos dos pacientes, e assim poder indicar os exames necessários à
elucidação do diagnóstico. Podemos dizer que a medicina clínica é soberana no
diagnóstico das doenças, pois dela depende a orientação na busca da provável
etiologia, à Bioquímica como especialidade torna-se a complementação diagnóstica.
Cabe dizer que a Ciência de um modo geral não pára, e novos conhecimentos estão a
caminho para facilitar a vida de todos nós, ratifica o médico.
Células
A bioquímica podemos dizer que ela é o ponto de contato com as várias ciências
biológicas, como a fisiologia e química. Assim a especialista em bioquímica, Vânia
Lúcia Carneiro, a define. Hoffman, um dos grandes estudiosos no assunto, já dizia que a
bioquímica é tão antiga como a química orgânica, mas sua aplicação é relativamente
nova. Ela só desenvolveu depois que a ciência conseguiu estudar os sistemas inanimados
mais simples. Hoje na bioquímica moderna dizemos que as leis químicas que se aplicam às
substâncias inanimadas são igualmente válidas para a célula nova, comenta.
A base da bioquímica é esclarecer as transformações que se passam os compostos dentro
da célula viva. Este profissional tem como objeto conhecer a estrutura química das
substâncias que compõe a matéria viva, e sua distribuição dentro do corpo e da
própria célula. Sendo assim, o grande valor da bioquímica para o clínico é ajudá-lo a
esclarecer um diagnóstico, além de elucidar grandes entidades mórbidas de patogenia,
até então obscura.
A Clínica é soberana, mas geralmente em anamenese médica segue um sintoma geral do
paciente indicando alguma patologia, mas existem os sintomas particulares daquele paciente
que podem gerar pequenas dúvidas nos diagnósticos e os exames bioquímicos (os
complementares) podem elucidar o diagnóstico. Nos exames bioquímicos, podemos analisar
substâncias eletrolíticas, como o sódio, potássio, cálcio, etc. e substâncias não-eletrolíticas como
a glicose, urina, ácido úrico; no sangue podemos analisar enzimas, série vermelha e branca,
urina, etc., finaliza.
Copyright © 2000 BoaSaúde.com
Veja também