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14 de Janeiro de 2003 (Bibliomed). Cientistas da Universidade de Jawaharial Nehru, em Nova Deli desenvolveram uma batata modificada geneticamente, contendo grande quantidade de proteína, que poderia ajudar a combater a fome na Índia. A “superbatata” está em fase final de testes e já foi submetida à aprovação oficial. Os pesquisadores dizem que ela poderia cumprir um importante papel num programa do governo indiano para fornecer água limpa, vacinação e melhor alimentação para a população do país nos próximos 15 anos.
No estudo, publicado na revista especializada New Scientist, os pesquisadores adicionaram à batata comum um gene chamado AmA1, aumentando em 33% a concentração de proteína, incluindo também alta concentração de aminoácidos considerados essenciais à saúde. A proteína adicionada é proveniente da planta amaranto, encontrada na América do Sul e vendida em algumas lojas de produtos naturais. Segundo o bioquímico do Instituto Indiano de Ciência de Bangalore, Govindarajan Padmanaban, a batata transgênica não possui genes que aumentam a resistência da planta a pragas. Ela contém “um gene que melhora a nutrição e que vem de uma planta. Além disso, não se trata de um elemento que provoca alergias”, informou.
O bioquímico espera que os grupos ambientalistas ocidentais não critiquem a batata como fizeram com o “arroz dourado”, desenvolvido para conter mais vitamina A. “As necessidades de países em desenvolvimento são muito diferentes das dos países ricos. Eu acho que uma oposição seria moralmente indefensável”, explicou o bioquímico. Assim como a batata e o arroz, outros alimentos também já receberam doses adicionais de proteína. Os cientistas já produziram variedades de milho com proteína adicionada, além de pão e farinha de trigo naturalmente enriquecidos com farinha de amendoim. Para os ambientalistas, a batata só deveria ser aprovada se passar nos testes ambientais e de segurança para a saúde. “Queremos ter certeza de que a introdução de plantações de transgênicos não irá provocar problemas”, concluíram.
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