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Pacientes mentais são hipermedicados

29 de junho de 2012 (Bibliomed). Pesquisa realizada na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Universidade de Campinas (Unicamp) mostra que pacientes com distúrbios psiquiátricos são hipermedicados, especialmente aqueles de classes socioeconômicas menos favorecidas.

Coordenada pela professora Rosana Teresa Onocko-Campos, a pesquisa focou-se nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) do Estado de São Paulo. Esses centros constituem uma rede de serviços voltados à integração da pessoa que sofre de transtornos mentais na comunidade.

No CAPS o tratamento visa evitar a internação psiquiátrica integral e promover a reabilitação psicossocial dos cronicamente comprometidos. Os centros funcionam em período integral e estão preparados para receber pacientes em crise. Contudo, em alguns casos a internação se faz necessária.

A pesquisa de Rosana mostrou que as famílias conseguem observar melhoras nos pacientes tratados pelo método do CAPS. Entretanto, segundo a pesquisadora, o CAPS guarda características utilizadas no tratamento oferecido na rede de atenção primária: a hipermedicação de doentes mentais.

"Não é um problema somente do sistema brasileiro, há evidências disso no mundo inteiro. Muitas vezes, o tratamento em saúde mental está reduzido aos psicotrópicos, sendo que a comunicação entre os profissionais da saúde e os usuários é deficiente", explica a pesquisadora.

Segundo Rosana, a pesquisa aponta para o fato de que o uso destes medicamentos está associado a fatores socioeconômicos, com prevalência de medicação associadas aos indivíduos de maior vulnerabilidade social, baixa escolaridade e menor renda per capta.

Fonte: Diário da Saúde, 28 de junho de 2012.

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