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Cogumelo do sol é eficaz contra leishmaniose

04 de abril de 2011 (Bibliomed). O tratamento de leishmanioses ganha um novo aliado: formulações farmacêuticas produzidas com substâncias do extrato purificado do cogumelo do sol. Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da cooperativa Minasfungi do Brasil estão testando as novas formulações in vitro e em camundongos infectados pela doença, e estão obtendo resultados promissores.

"Após o tratamento por via oral, animais infectados com a espécie Leishmania amazonensis apresentaram, em vários órgãos, redução mais acentuada do número de parasitas do que quando receberam medicamentos convencionais, como a anfotericina B", diz Eduardo Antonio Ferraz Coelho, um dos responsáveis pela pesquisa.

As substâncias que estão sendo testadas apresentam outros benefícios além da eficácia comprovada. Segundo os especialistas, as novas substâncias não apresentam efeitos colaterais. "Os testes indicam que não há prejuízos para células de mamíferos", revela o professor. A medicação à base do cogumelo preserva o macrófago, a principal célula parasitada pela leishmânia no hospedeiro mamífero. "O produto consegue agir diretamente sobre os parasitas dentro da célula hospedeira, sem que ocorra a ativação dos macrófagos parasitados", completa.

O tratamento para a leishmaniose é feito com os chamados antimoniais pentavalentes, que causam toxicidade cardíaca, renal e hepática. "É um protocolo doloroso para o paciente", esclarece Coelho. As aplicações do medicamento são feitas por via endovenosa ou intramuscular. "O tratamento é longo, durante o qual tem sido constatado aumento no número de casos de recidiva (recaída). O paciente pode até apresentar cura clínica, porém, após algum tempo, volta a desenvolver a doença", relata.

O cogumelo do sol, Agaricus brasiliensis, é um fungo típico da biodiversidade brasileira e seu consumo como complemento alimentar é aprovado pelo Ministério da Saúde. De acordo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a leishmaniose é endêmica em 88 países, e segundo o Ministério da Saúde, Minas Gerais ocupa o segundo lugar no ranking do número de casos no Brasil.

Um pedido de patente para a nova formulação foi depositado pela UFMG. Não há previsão, no entanto, para o início de sua comercialização. Atualmente, os pesquisadores estão finalizando acordos para a realização de testes clínicos em cães.

Fonte: Diário da Saúde, 01 de abril de 2011

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