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Identificada Evidência de Novo Gene Ligado a Alzheimer

NOVA YORK (Reuters Health) - A inesperada incidência da doença de Alzheimer em uma comunidade árabe levou pesquisadores às primeiras evidências de que um gene recessivo está envolvido no distúrbio degenerativo do cérebro.

Os cientistas fizeram a descoberta entre os moradores idosos de Wadi Ara, uma comunidade rural árabe, em Israel, onde 60 por cento das pessoas com mais de 85 anos tiveram Alzheimer, enquanto a média mundial é de 40 por cento.

Como há casamento entre parentes em Wadi Ara, os pesquisadores puderam revelar raízes genéticas pouco usuais para os casos de Alzheimer entre eles.

Uma equipe liderada por Amos Korczyn, da Universidade de Tel Aviv, relatou as descobertas na edição de setembro da publicação científica Neurology.

Os cientistas já relacionaram uma variante de um gene chamado apoE ao aumento do risco de Alzheimer -- cerca de 15 por cento da população em geral carrega essa variante.

A equipe de Korczyn descobriu nesse estudo que menos de 4 por cento dos moradores de Wadi Ara possuem a variante do gene. Entretanto, os autores escreveram que a variante apoE-4 não pode explicar a alta prevalência de Alzheimer na comunidade.

Os pesquisadores especulam que um gene recessivo pode ser responsabilizado. Como as características presentes nos genes recessivos são mascaradas pelos dominantes, uma pessoa pode herdar o gene recessivo de ambos os pais e manifestar a característica.

Como os moradores de Wadi Ara geralmente se casam com parentes, as chances de herdar uma característica recessiva são mais altas que as da média.

Um dos autores do estudo, Robert P. Friedland, disse à Reuters Health que é possível um gene recessivo atuar na doença de Alzheimer em outras populações, mas esses genes são difíceis de encontrar em grupos heterogêneos.

Friedland, professor associado de neurologia da Universidade Case Western Reserve, em Cleveland (Ohio), informou que o estudo está em andamento.

A doença de Alzheimer, forma mais comum de demência na velhice, afeta atualmente cerca de 4 milhões de norte-americanos.

Caracteriza-se pela formação de "placas" e "enovelamento" de fibras do cérebro. Os pesquisadores identificaram um leque de possíveis fatores que contribuem para o aparecimento da doença.

Friedland observou que, enquanto "a genética é, sem dúvida, importante para determinar o risco de Alzheimer", os genes interagem com fatores ambientais que acabam causando a doença.

Sinopse preparada por Reuters Health

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