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Risco Cardíaco Entre Mulher Pode Persistir Com Uso de Hormônio

Por Gene Emery

BOSTON (Reuters) - Suplementos hormonais receitados frequentemente para mulheres na pós-menopausa podem não proteger contra doenças cardíacas. A conclusão é de um estudo publicado na última edição do New England Journal of Medicine.

Os problemas cardiovasculares como doenças cardíacas e derrames são responsáveis por 43 por cento das mortes entre mulheres nos Estados Unidos.

"Mulheres com doenças cardíacas não deveriam usar terapia de reposição de estrogênio para tratamento de doenças cardíacas", disse David Herrington da Escola de Medicina da Universidade Wake Forrest, chefe do estudo que envolveu mais de 300 mulheres.

A descoberta pode não diminuir a popularidade dos suplementos de estrogênio e progesterona entre mulheres na menopausa, uma vez que os hormônios têm sido indicados como prevenção ao enfraquecimento por osteosporose.

Um pesquisa anterior sugere que mulheres que tomaram hormônios enfrentaram risco menor de doenças cardíacas.

Mas o estudo mais recente de 1998, Coração e Estudo de Reposição de Estrogênio/Progesterona (Hers), verificou que a terapia de reposição hormonal não impediu a obstrução das artérias. Os estudos recentes parecem confirmar os resultados do Hers.

A equipe de Herrington usou angiografia coronária para avaliar a quantidade de obstrução nas artérias do coração de 309 voluntárias no começo do estudo e depois de tomarem hormônio ou placebo (substância sem efeito) durante um período médio de 3,2 anos.

O tratamento hormonal não afetou as taxas de obstrução arterial, mas baixou dramaticamente os níveis de colesterol.

Em um editorial no jornal, Elizabeth G. Nabel alertou que a angiografia, raio X da parte interna do coração e dos vasos sanguíneos, nem sempre pode predizer os riscos de ataque cardíaco ou derrame.

Conforme Nabel, em testes de drogas para baixar colesterol, a angiografia geralmente mostrou poucas mudanças nas artérias cardíacas mesmo sabendo que as taxas de ataque cardíaco e derrame em amostras da população entre 30 a 90 por cento.

E um segundo estudo publicado no jornal, pesquisadores da Universidade de Harvard verificaram que as mudanças no estilo de vida do início da década de 80 ao início da década de 90 reduziram em 31 por cento as taxas de doenças cardíacas entre mulheres.

Conforme a equipe chefiada por Frank B. Hu, a redução poderia ser ainda maior se o número de mulheres obesas não tivesse aumentado.

Usando dados dos participantes no Nurse's Health Study (estudo feito com enfermeiras do país), os pesquisadores verificaram que entre 1980 e 1994, o número de mulheres fumantes diminuiu em 41 por cento, a terapia hormonal aumentou em 175 por cento e as dietas alimentares se tornaram mais saudáveis.

Por outro lado, o número de mulheres acima do peso aumentou 38 por cento. Conforme os pesquisadores, as descobertas enfatizam a importância da dieta e do estilo de vida na prevenção primária de doenças coronárias.

Sinopse preparada por Reuters Health

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