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Grupos Feministas e Contra o Aborto Enfrentam-se no México

CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - Grupos feministas e contrários ao aborto enfrentaram-se na sexta-feira no início da discussão de um polêmico projeto de lei que imporia novas regras para a realização de abortos legais.

Mais de 100 simpatizantes de organizações populares esquerdistas e feministas hostilizaram os cerca de 20 membros do principal grupo antiaborto do país, o Pró Vida.

Eles quebraram e queimaram alguns dos cartazes dos manifestantes do Pró Vida e os obrigaram a abandonar o local. Os confrontos ocorreram em frente à sede da Assembléia Legislativa, onde se discute o projeto.

A iniciativa, proposta pela chefe do governo da Cidade do México, Rosario Robles, estabelece que o aborto é legal quando a gravidez oferece risco de saúde à mãe e quando o feto apresenta alterações congênitas.

"É possível que a reforma do Código Penal local seja aprovada neste fim-de-semana", disse um porta-voz da Assembléia, de 66 membros.

As novas regras podem ser aprovadas com o voto majoritário dos deputados do partido de esquerda de Robles, o Partido da Revolução Democrática (PRD) e contariam com o apoio da bancada oficialista.

O direitista Partido da Ação Nacional (PAN), do presidente eleito Vicente Fox, disse que votaria contra a reforma devido à pressa com que foi apresentada e a uma suposta intenção da esquerda de aprová-la sem consultar a população.

"Somos contra a iniciativa", disse o líder do PAN na Cidade do México, José Luege.

O projeto foi apresentado ao mesmo tempo em que o país vive uma polêmica nacional iniciada há três semanas, logo que o parlamento do Estado central de Guanajuato, dominado pelo PAN, aprovou a prisão para mulheres que praticassem aborto, mesmo para aquelas que foram estupradas.

Fox, um empresário conservador que assumirá a presidência em 1 de dezembro para um mandato de seis anos, foi governador de Guanajuato de 1995 a 1999.

A controvertida reforma do Código Penal de Guanajuato deve ser vetada ou ratificada dentro de nove dias pelo governador interino, Ramón Martín Huerta, que também é membro do PAN. Se Huerta decidir ratificar a reforma, Guanajuato será o único Estado do país a punir o aborto sem atenuantes.

Sinopse preparada por Reuters Health

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