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Método pode reduzir necessidade de biópsia do fígado

06 de Maio de 2003 (Bibliomed). Atualmente, a biópsia é a única maneira de acompanhar a evolução de doença hepática gordurosa não-alcoólica, problema que atinge quase 20% dos brasileiros – excluídos os casos de males causados por uso abusivo de álcool e de hepatite por vírus. Entretanto, o método é agressivo e, em casos raros, pode levar à morte.

Uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) traz esperança ao apontar a laminina (proteína produzida no fígado) e a AST (enzima do mesmo órgão também conhecida como TGO) como selecionadores, ou seja, substâncias que podem indicar quem precisa passar pelo exame invasivo. Com isso, somente pessoas com alterações graves seriam submetidas à biópsia.

Para chegar à conclusão de que a laminina e a AST servem como marcadores, a médica Virgínia Nascimento dos Santos, autora da tese de doutorado, acompanhou 30 pacientes do Ambulatório do Fígado da Unifesp – mulheres e homens obesos com idade média de 44 anos. Cerca de 80% eram assintomáticos. Além de passarem pela biópsia, essas pessoas tiveram as proteínas do fígado (laminina, colágeno tipo IV e ácido hialurônico) e a enzima AST dosadas. Todos já apresentavam no mínimo esteatose – acúmulo de gordura no fígado, primeiro estágio da doença hepática gordurosa não-alcoólica, que pode ou não evoluir para a inflamação do órgão.

A pesquisadora verificou que as 11 pessoas com fibrose tinham níveis mais elevados das proteínas e da enzima AST do que os demais pacientes. A laminina foi capaz de detectar 87% dos casos de fibrose. A dosagem da enzima conseguiu identificar 73% dos pacientes com fibrose. O kit para o teste ainda não é produzido comercialmente no Brasil, mas o uso da laminina é viável por ser de baixo custo.

Estima-se que, do total de brasileiros com doença hepática gordurosa não-alcoólica, de 97% a 98% apresentam a forma benigna da doença. Os 2% ou 3% restantes estão passíveis de desenvolver fibrose e cirrose. Os fatores de risco para o surgimento da enfermidade são obesidade, colesterol alterado, hipotireoidismo e diabetes.

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