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Médico cria filtro para evitar trombose

21 de Fevereiro de 2003 (Bibliomed). O médico Winston Yoshida, docente da disciplina de Cirurgia Vascular da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (FM/UNESP) acaba de patentear um novo filtro de veia cava para impedir que coágulos de sangue se desprendam das veias, percorram os vasos e alcancem os pulmões e o coração – fenômeno conhecido como tromboembolismo venoso, que provoca inúmeras mortes por ano nos Estados Unidos. Das 998 autópsias realizadas no Hospital das Clínicas da FM/UNESP, campus de Botucatu, nos últimos 10 anos, o fenômeno foi identificado em 19,3%.

A prevenção do mal é geralmente feita por medicamentos que impedem a coagulação do sangue, mas nos casos de pacientes em que o uso de anticoagulantes é contra-indicado, é preciso introduzir filtros na veia cava.

O filtro mais conhecido do mercado, criado em 1973, é importado e custa cerca de R$ 4,5 mil. Algumas pesquisas mostraram que ele pode eventualmente se mostrar instável, ou seja, ficar inclinado em relação ao eixo da veia cava. Com isso, ele perde eficiência para impedir que o coágulo chegue aos pulmões e favorece a possível perfuração da veia. O filtro criado por Yoshida evita este desalinhamento. “Ele é feito com prolongamento das hastes de aço inox. Isso o ajuda a se fixar nas paredes dos vasos, impedindo a sua inclinação”, explicou.

O novo filtro foi testado em carneiros durante dois anos, em um projeto de pesquisa financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). “O filtro é conduzido pelo cirurgião à veia cava por meio de um cateter introduzido na veia jugular por um disparador, que, acionado por um botão, o fixa à parede do vaso através de hastes”, explicou. A próxima etapa da pesquisa é produzir o aplicador próprio do novo filtro e submetê-lo a testes de fadiga. “Algumas instituições estão interessadas em utilizar o novo filtro em humanos”, informou.

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